A obra de construção da segunda fase da variante à Horta, nos Açores, já arrancou, apesar da controvérsia gerada em torno do traçado da estrada, que atravessa uma área habitacional na zona alta da cidade.

“Deve prevalecer nesta controvérsia, de forma indubitável, o interesse geral, mesmo que seja em prejuízo do interesse egoísta de um ou de outro por que, no fim, todos beneficiarão, mesmo aqueles que reclamaram ou clamaram por um aparente prejuízo inicial”, realçou o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, na cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra, na tarde desta terça-feira, na ilha do Faial.

O chefe do executivo referia-se ao abaixo-assinado apresentado no parlamento açoriano por um grupo de cidadãos contra o traçado da obra, bem como a uma providência cautelar interposta pelos proprietários de um dos terrenos expropriados pelo Governo Regional para a construção da estrada, alegando “incumprimento” de procedimentos legais.

“Esses constrangimentos atrasaram a obra, mas não nos demoveram de continuar”, insistiu o presidente do Governo Regional, recordando que a obra representa também a concretização da “palavra dada” pelo executivo, em matéria de investimento público na ilha do Faial.

A empreitada, adjudicada ao consórcio compostos pelas empresas Tecnovia, Afavias e Marques SA, contempla a construção de uma via com três faixas de rodagem, com uma extensão de cerca de três quilómetros, com ciclovia, passeios, estacionamento e iluminação pública, que atravessa a zona alta da cidade, junto a uma área habitacional.

“Alguns dirão: tantas outras prioridades no domínio da educação, no domínio da saúde e, no entanto, estamos a fazer uma variante”, admitiu José Manuel Bolieiro, lamentando “os que estão do lado do falar mal”, que nunca procuram valorizar o que é realizado, mas sim o que falta fazer.

A segunda fase da variante à cidade da Horta será a principal via de ligação para os movimentos de tráfego de sul (aeroporto) para a zona norte da cidade e da ilha, permitindo também retirar o trânsito de pesados do interior da cidade.

Também o presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira (PSD/CDS-PP/PPM), realçou a importância do investimento, não apenas para os faialenses, mas também para os bombeiros voluntários, já que facilita o acesso das viaturas de socorro ao lado norte da ilha.

O executivo açoriano já investiu, entretanto, mais de dois milhões de euros na expropriação de cerca de 50 parcelas de terreno, situadas na zona onde vai nascer a nova estrada, que será financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que tem um prazo de execução de, aproximadamente, dois anos.

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