A Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA) pediu hoje a intervenção urgente do Governo Regional e da Visit Azores, entidade responsável pela promoção externa do arquipélago, para evitar “uma redução drástica no número de dormidas”.
“Perante os números de janeiro e as previsões para fevereiro e março, a ALA alerta para a necessidade urgente de atuação do Governo dos Açores e da VisitAzores, aumentando significativamente a promoção do arquipélago no exterior, de forma a gerar mais fluxo de turistas para os Açores e assim tentar minimizar as perdas”, defende a associação.
Num comunicado de imprensa, assinado pelo presidente da ALA, João Pinheiro, a associação aponta que, depois de dezembro, também em janeiro “o total de dormidas desceu 4,4% nos Açores”.
Ou seja, pelo segundo mês consecutivo, o número de dormidas no alojamento local “registou uma variação negativa”, acrescenta.
Na nota, a ALA salienta ainda que os números já conhecidos “vêm confirmar” aquilo que a associação “tem vindo a alertar nos últimos meses, perante a redução do número de ligações aéreas da Ryanair”.
Citando dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, a ALA refere que “das respostas declaradas no mês de janeiro, 65,6% dos estabelecimentos de alojamento local ativos reportaram que não tiveram movimento de hóspedes”.
Corvo, Graciosa, Terceira, Santa Maria e São Miguel foram as ilhas onde o número de dormidas desceu, fazendo com que, mesmo com números positivos nas restantes ilhas, o total de dormidas no alojamento local descesse 4,4%, totalizando 42.314 dormidas, reforça a associação.
Em janeiro, no 2.º Encontro do Alojamento Local dos Açores, o presidente da ALA disse que com o encerramento da base da operadora aérea Ryanair em Ponta Delgada, no final de 2023, era previsível “um impacto negativo no primeiro trimestre de 2024, afetando especialmente o Alojamento Local”.
Esse alerta, salienta a associação, “está agora a ser confirmado”.
No comunicado, a ALA faz também referência à “notícia de que a Ryanair não tem voos programados de e para os Açores, para o próximo inverno IATA, (de fim de outubro a fim de março)”.
“A confirmar-se, a ausência desta companhia aérea nos Açores, durante quase seis meses, será um duro golpe na economia da região, onde se inclui o alojamento local, acentuando ainda mais a sazonalidade do turismo nos Açores”, refere João Pinheiro na nota.
Ainda segundo a ALA, “a preocupação aumenta ainda mais” quando está também em causa “a privatização da Azores Airlines, com todas as dúvidas e incertezas em relação ao futuro da companhia e das ligações de e para os Açores”.
O Alojamento Local aponta igualmente como outro possível “fator desestabilizador” do setor nos Açores o abrandamento do turismo a nível nacional, já que o continente português é um mercado emissor bastante importante para o arquipélago.
Por isso, insiste, “é preciso agir urgentemente” para evitar “uma redução drástica no número de dormidas”, o que teria “um forte impacto na capacidade empregadora” do setor e na economia dos Açores.