No debate sobre o sector agrícola, o CHEGA fez perguntas concretas ao Secretário Regional da Agricultura, António Ventura, já que encontrou várias lacunas no Programa de Governo relativamente àquele que é um dos pilares do sector económico na Região.

O deputado Francisco Lima comparou o Programa de Governo, com 91 páginas, com as duas páginas e meia dedicadas à agricultura, mostrando também as várias páginas dedicadas ao sector no programa eleitoral do PSD e até no programa eleitoral do CHEGA, já que o Presidente do Governo referiu que foram incluídas várias medidas de outros partidos no Programa de Governo.

No documento que vai orientar a governação da coligação, não consta nenhuma medida sobre combate às pragas, nem sobre higiene pública e segurança alimentar, nem mesmo sobre sanidade e melhoramento animal, ou sobre a lei de arrendamento rural. Francisco Lima questionou ainda sobre medidas relativamente ao desenvolvimento de mercados tradicionais, ou sobre medidas para reduzir despesas “com associações e cooperativas falidas, nem como recuperar os avales de milhões que o Governo tem em cooperativas”.

O parlamentar lamentou também a falta de estratégia para o sector vitivinícola – “deixou de ser interessante a produção de vinho na Região?” – questionando, em concreto, sobre a “redução drástica do número de vacas na Região em função das agendas climáticas”, denunciando um acordo secreto neste sentido.

Por seu lado, a deputada Hélia Cardoso questionou o Secretário Regional da Agricultura sobre agricultura biológica. Em concreto, a parlamentar quis saber qual a estratégia definida para este tipo de agricultura, pretendendo respostas concretas sobre “quais os mercados? Quais os canais de distribuição? Vamos apostar na agricultura biológica para depois os produtos ficarem a estragar-se em armazéns e não serem escoadas?”.

Já José Pacheco falou sobre o fundo de garantia para os produtores de leite e quis saber quem vai pagar esse fundo. O líder parlamentar do CHEGA explicou que “um lavrador que esteja em casa a ouvir, entende que este fundo implica que quando o leite não estiver no preço certo, o Governo paga” e questionou directamente António Ventura: “quando a indústria e a distribuição não querem pagar devidamente aos lavradores – mantendo refém quem trabalha 24 horas por dia, 7 dias por semana – são os contribuintes que vão pagar? Vivemos num Estado comunista?”.

Para José Pacheco, é necessário criar ferramentas para que os produtores de leite sejam devidamente compensados pelos seus produtos, no entanto, “não podem ser os contribuintes a pagar, quando a indústria e a distribuição não querem pagar. Isso só na Venezuela”, rematou.

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