O Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) celebrou hoje um protocolo de colaboração com a Fundação Gaspar Frutuoso, que está integrada na Universidade local, para melhoramento fitossanitário das castas tradicionais de videiras do arquipélago.
O protocolo, celebrado hoje na biblioteca da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, São Miguel, prevê a atribuição do valor global de 65.800 euros para o projeto que “pretende implementar um programa de revitalização das castas tradicionais utilizando ferramentas biotecnológicas, recorrendo a conhecimento e tecnologia há muito implementado na região pelo Centro de Biotecnologia dos Açores”.
O presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, que presidiu à cerimónia, referiu aos jornalistas que o acordo com a Fundação Gaspar Frutuoso pretende contribuir para que as castas tradicionais possam ser “preservadas e valorizadas” e potenciar a fileira do enoturismo no arquipélago.
“A aposta que estamos a fazer na preservação e na valorização das nossas castas tradicionais no domínio da viticultura, como sejam o Verdelho, o Arinto dos Açores e o Terrantêz do Pico é para nós essencial, na qualidade que podemos ter com base na nossa tradição, de uma imagem distintiva”, disse.
José Manuel Bolieiro explicou que a intenção é fazer o rastreio fitossanitário das videiras para que sejam evitadas perdas e obter “elementos de excelência” que possam ser uma referência de identidade dos Açores, lembrando que a paisagem da cultura da vinha na ilha do Pico já é uma menção mundial.
No âmbito do protocolo, a Fundação Gaspar Frutuoso, através do Centro de Biotecnologia dos Açores, irá garantir que a monitorização e a rastreabilidade das castas tradicionais “elimina os vírus e a perda agrícola”.
Segundo o diretor do Centro de Biotecnologia dos Açores, Duarte Mendonça, o projeto, que envolverá “cinco ou seis” dos cerca de trinta investigadores da instituição, vai colocar à disposição dos viticultores locais “material de qualidade” para instalação nas suas vinhas.
Duarte Mendonça explicou que as castas tradicionais vão acumulando doenças, principalmente vírus, que se traduzem na redução e na qualidade do produto.
“O que nós vamos fazer é recuperar estas castas, de forma a eliminar esses vírus, para torná-las mais rentáveis para os produtores e para que a qualidade do próprio vinho seja melhor”, disse.
Por sua vez a reitora da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal, referiu que a viticultura “é uma área que está em crescimento” e pode ser distintiva para o território.
Susana Mira Leal considerou ainda que a produção vitivinícola nos Açores tem um “potencial muito grande” ao nível do enoturismo, daí que a Universidade, através da Escola Superior de Tecnologias e Administração, tenha criado um curso técnico superior profissional (TeSP) em viticultura e enoturismo.