O PSD/Açores considerou hoje que o líder regional socialista “perdeu autoridade política” para criticar a ação governativa na saúde, justificando que Vasco Cordeiro, enquanto presidente do executivo, deixou “uma dívida de mais de 800 milhões no setor”.

“O número exato são 811 milhões de euros, que era a dívida da extinta Saudaçor, assumida depois pela região, e uma das causas do descalabro financeiro em que o atual Governo da Coligação (PSD, CDS-PP e PPM) encontrou o Serviço Regional de Saúde”, afirma o vice-presidente do PSD/Açores, Luís Maurício.

Numa reação a recentes críticas do líder do PS/Açores, os social-democratas sublinham que “está a ser feito um trabalho diário visando a regularização desses valores”.

“Mas, os factos são claros e a herança deixada pelo anterior Governo socialista foi de 145 milhões de euros de dívida, a 31 de dezembro de 2020, aos fornecedores do setor da Saúde”, aponta Luís Maurício, citado em comunicado de imprensa.

E acrescentou: “Vasco Cordeiro não tem autoridade política para dirigir críticas ao trabalho árduo e sério que está agora a ser feito”.

“O processo da empresa pública Saudaçor é mais um dos assuntos sobre os quais o PS se esquece de falar, até porque o anterior Governo regional [socialista] apenas extinguiu a mesma porque ela deixou de servir para esconder dívida pública, afinal o único propósito da sua criação”, sustenta o dirigente social-democrata.

O vice-presidente do PSD/Açores destaca “a transparência” da atual governação (PSD/CDS-PP/PPM), também ao nível da Saúde, afirmando que “tem sido feito um esforço enorme para debelar os problemas financeiros herdados da anterior tutela, com o executivo da coligação a assegurar o reforço do financiamento às estruturas de saúde, até ao final do ano, em mais de 20 milhões de euros”.

“Tudo isto depois de confirmada a existência de uma dívida a fornecedores de 145 milhões de euros no final de 2020, relativa aos três hospitais e às unidades de saúde da região, como já esclareceu a secretária Regional da Saúde e Desporto”, vincou Luís Maurício.

O responsável assinala, ainda, que, em 2021 e 2022, o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, “já pagou cerca de 16 milhões de euros a fornecedores”.

Na terça-feira, o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, considerou que a degradação dos serviços de saúde da região, na sequência da “enorme deterioração da situação financeira” dos três hospitais, começa a sentir-se na prestação de cuidados aos utentes.

Citado em nota de imprensa, Vasco Cordeiro, antigo presidente do Governo Regional e atual líder do grupo parlamentar do PS no hemiciclo, diz que “os resultados do setor da saúde continuam a ser um motivo de preocupação”, sobretudo quando colocam em causa “a qualidade dos serviços que são prestados às açorianas e açorianos que deles necessitam”.

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