O PCP/Açores afirmou hoje que a atual situação social e económica na região “continua a deteriorar-se”, acusando a coligação que sustenta o Governo Regional de “propaganda” para disfarçar este cenário.
“Já nem a propaganda e os números todos os dias anunciados – seja o número de passageiros que aterraram nos aeroportos da região, o número de dormidas ou outros – conseguem disfarçar o agravamento da situação”, sustenta o partido num comunicado de imprensa para divulgar as conclusões da reunião da Direção Regional do PCP Açores (DORAA), que decorreu no sábado em Ponta Delgada.
Segundo os comunistas, os pedidos de ajuda das famílias açorianas “não param de aumentar”, assim como as solicitações dos reformados, que “não conseguem fazer frente aos sucessivos aumentos” do crédito à habitação e do arrendamento, do preço dos bens alimentares e dos combustíveis.
“São estes os números de que pouco se ouve falar, porque comprovam as dificuldades que a região e o país atravessam, sendo esta a consequência da política de direita e da falta de medidas capazes de enfrentarem efetivamente, e não de forma tímida ou apenas simbólica, os graves problemas existentes”, consideram.
O PCP/Açores defende que a escalada do aumento dos custos da habitação e a especulação poderiam ser combatidos no arquipélago se fosse desenvolvida “uma estratégia articulada entre Governo Regional e autarquias” para “uma efetiva política de habitação que responda aos problemas” atuais e “para contrariar a perda de população nas diversas ilhas”.
O partido, que atualmente não tem representação na assembleia legislativa, critica também a ação governativa do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) na educação, na saúde e nos transportes aéreos e marítimos.
“É preciso e urgente valorizar e aumentar salários e pensões. O PCP tem vindo a apresentar propostas do aumento geral dos salários de 15%, num mínimo de 150 euros, e de aumento das pensões de 7,5%, num mínimo de 70 euros, para fazer face ao aumento generalizado do custo de vida”, defende a direção regional.
Os programas ocupacionais, lamenta, são com frequência “substituídos por falsos recibos verdes ou outras formas de ligação laboral precária, para depois se voltar aos programas ocupacionais” – na edução, por exemplo, decidiu-se ir “buscar mais 240 pessoas para colmatar a falta de assistentes operacionais”.
“O comportamento do atual Governo Regional é inaceitável. É um governo que está focado somente na sua sobrevivência política, e que age principalmente em função das chantagens dos diferentes parceiros de coligação e apoios de incidência parlamentar, movido pelo clientelismo partidário”, lê-se no comunicado.
O PCP/Açores responsabiliza ainda outros partidos que dizem fazer oposição, mas votam a favor ou optam pela abstenção quando estão em causa documentos como o Plano e o Orçamento.
“Tanto o Chega como a IL, apesar do barulho que procuram fazer, estão intrinsecamente ligados ao empobrecimento, às desigualdades e às injustiças desta região”, acusa o partido.