O líder da oposição nos Açores, o socialista Vasco Cordeiro, acusou hoje o Governo Regional de “inação” e “passividade” na ajuda as famílias no combate às taxas de juro dos créditos à habitação.
A propósito das medidas adotadas pelo Governo da República (PS) para ajudar as famílias com as taxas de juro dos créditos à habitação, que considerou hoje como “muito positivas”, Vasco Cordeiro questiona “onde para o Governo Regional dos Açores [PSD/CDS-PP/PPM] nas medidas de apoio”.
O dirigente socialista refere que “o Governo da República tem tomado medidas para ajudar as famílias quase em simultâneo com as decisões do Banco Central Europeu de subida das taxas de juro”.
Segundo foi hoje divulgado pelo Governo, as famílias vão poder pedir ao banco para que a sua prestação do crédito à habitação seja fixa por um período de dois anos, com a medida a abranger empréstimos contraídos até 15 de março de 2023.
A medida aprovada hoje em Conselho de Ministros e apresentada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, dirige-se a créditos de habitação própria e permanente, contratados a taxa de juro variável ou mista que se encontrem num período de taxa variável.
Na nota de imprensa enviada hoje aos órgãos de comunicação social, o líder regional socialista cosnidera que há “quatro medidas que se impõem como urgentes”, uma das quais visa aliviar os requisitos das medidas regionais”.
“Em primeiro lugar, [deve-se] aliviar os requisitos das medidas regionais para que mais famílias possam sentir alívio no cumprimento das suas obrigações. Em segundo, criar uma equipa cuja prioridade é despachar todos os pedidos de apoio do CREDITHAB (que apoia as famílias no pagamento das suas prestações de crédito à habitação) para se conseguir uma decisão rápida”, afirma Vasco Cordeiro.
O dirigente socialista defende ainda que se deve “prolongar o período de abrangência desse apoio”, passando de seis meses para um ano, criando-se também “um apoio às famílias que têm filhos a estudar fora da sua ilha de residência ou no continente, correspondendo a cerca de 40% do custo que esses jovens estudantes têm com a habitação”.
Entretanto, o ministro das Finanças disse que cerca de um milhão de famílias pode ser abrangida pela medida que permite fixar a prestação do crédito à habitação por um período de dois anos por um valor inferior ao atual.
“A estimativa que nós temos é que o número de famílias abrangidas pode chegar às 900 mil, um milhão”, disse Fernando Medina em conferência de imprensa, em Leiria, no final do Conselho de Ministros.