O Centro Social e Paroquial de Santo Antão, no concelho de Calheta, São Jorge, Açores, vai investir cerca de quatro milhões de euros na construção de um Centro Intergeracional com o apoio do Governo Regional.
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, acompanhado pelo vice-presidente, Artur Lima, presidiu hoje, no primeiro dia de uma visita estatutária à ilha de São Jorge, à cerimónia de apresentação do projeto e à assinatura do contrato de cooperação valor-investimento com o Centro Social e Paroquial de Santo Antão, para a construção do edifício do Centro Intergeracional, no valor de cerca de quatro milhões de euros.
Segundo o presidente da direção da instituição particular de solidariedade social (IPSS), padre Dinis Silveira, trata-se de um projeto “ambicioso” e “merecido”.
“O Centro Social e Paroquial de Santo Antão, como a única IPSS desta parte da ilha, presta um serviço que é considerado indispensável, desde a infância à terceira idade. De maneira que, estas novas instalações e, sobretudo, as valências que elas vão potenciar, são um fator de desenvolvimento humano”, afirmou aos jornalistas.
O Centro Intergeracional de Santo Antão vai ser construído no sítio da Santa Rosa, onde existe atualmente um Centro Social, cujo edifício será demolido.
A obra vai “colmatar dificuldades” em relação ao apoio aos idosos, uma vez que as localidades abrangidas, Topo e Santo Antão, são aquelas que se encontram mais afastadas geograficamente das restantes povoações da ilha de São Jorge.
Dinis Silveira admite que o concurso público para o investimento seja lançado até ao final do ano e que a obra avance “nos primeiros meses de 2024”.
Com a construção do novo edifício, está estabelecido que a instituição ficará com capacidade para 30 utentes em creche, 20 em pré-escolar, 20 em Centro de Atividades de Tempos Livres, 20 em Centro de Dia e 40 em Serviço de Apoio Domiciliário.
Na cerimónia de assinatura do contrato de cooperação valor-investimento com o Centro Social e Paroquial de Santo Antão, o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, referiu que o executivo que lidera não abdica do humanismo da sua ação “em função da tecnologia, do digital, ou dos algoritmos”: “Nós valorizamos cada pessoa no seu ciclo de vida”.
O investimento tem uma “referência de solidariedade intergeracional” e “expressa bem a visão holística” sobre a ação na pessoa e na família.
“Aqui olhamos para as crianças (…) e encontramos também uma referência para os seniores. É este convívio que também nos permite olhar o ciclo da vida na sua totalidade, contando com os ativos que apoiam uns e os outros: os da infância e os seniores”, declarou.
Sobre o investimento de cerca de quatro milhões de euros, salientou que “o que conta não são os euros do investimento, o que conta é a capacidade do serviço prestado à família”.
Três idosas apoiadas pela instituição disseram aos jornalistas que a obra é necessária na terra.
“[É uma obra] muito boa. É muito precisa, porque há muitas pessoas idosas e que precisam”, disse Maria Simões, de 78 anos.
Já Maria Vieira, de 84 anos, admitiu que, pela idade, não sabe se ainda servirá para si, mas “pode servir para alguém”.
“É uma coisa boa para as crianças, para os idosos e para todos”, observou, por sua vez, Natália Betencourt, de 65 anos.
O Governo dos Açores iniciou hoje uma visita estatutária à ilha de São Jorge.
Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.