O Simpósio da Bienal Walk&Talk vai transformar, entre sexta-feira e domingo, a ilha de São Miguel, nos Açores, num espaço de encontro entre pensamento e prática, promovendo a reflexão crítica e a imaginação coletiva, divulgou a organização.

O evento inclui palestras, performances, ‘workshops’ e conversas que “ampliam o campo de reflexão” da Bienal de Artes Walk&Talk 2025, organizada pela associação Anda&Fala, com sede em Ponta Delgada.

Dedicado ao tema “Gestos de Abundância”, o programa convoca artistas, investigadores e coletivos de várias geografias e campos disciplinares para três dias de palestras, conversas, performances e ‘workshops’, “expandindo o território da bienal para o campo da reflexão crítica e da imaginação coletiva”.

Segundo a organização, o simpósio “constitui o núcleo discursivo e experimental da bienal, um espaço de pensamento enraizado na ilha que propõe imaginar e praticar modos alternativos de coexistência – entre humanos e mais do que humanos, entre saberes locais e cosmologias planetárias, entre o visível e o invisível”.

“Concebido como um espaço polifónico e situado, promove a reflexão a partir da experiência, da escuta e do fazer, reafirmando a convivência como motor fundamental de conhecimento”, acrescentou.

A investigadora Candace Fujikane abre o simpósio com “Mapping Abundance”, uma palestra sobre “cartografias Kanaka Maoli e a possibilidade de imaginar economias enraizadas na terra”.

Segue-se Teresa Castro que, em “A Balada da Urzela”, revisita a “história simbiótica de um líquen atlântico e propõe uma ecologia das imagens”.

Já o coletivo Cooking Sections apresenta “CLIMAVORE Practices”, um projeto sobre alimentação e justiça ambiental em conversa com Raquel Vargas (BioKairós).

Será também realizada uma mesa com a temática “Esfera Arquipelágica: Diáspora em Movimento”, que reunirá Apolo de Carvalho, Sónia Vaz Borges e César Schofield Cardoso “em torno da memória e do corpo na diáspora africana no atlântico” e a palestra “Stories in Stones”, da artista Candice Lin, que “reflete sobre o geológico e o não-humano como campo de desejo e especulação”.

O programa também inclui o ‘workshop’ Sour Things, da artista palestiniana Mirna Bamieh, e a oficina “Escola do Reparar”, com AND Lab (Fernanda Eugénio).

“O Coletivo Guarda Rios e Paula Aguiar levam o simpósio para as margens das ribeiras da ilha, com uma caminhada partilha em torno da ecologia da água e do território”, adiantou a organização.

Nas artes performativas, Janilda Bartolomeu e Lily Spencer apresentam “learning how to breathe”, uma meditação sobre o respirar em circunstâncias impossíveis, a Coletiva MALVA propõe “Encantar lagoas”, uma celebração de memórias e presenças nas Sete Cidades, e Joana Sá encerra o simpósio com “Variações sobre inquietação”, uma performance instalação “enraizada na geologia vibrante dos Açores”.

O espetáculo “BANDO”, do 37.25 Núcleo de Artes Performativas, mostra-se no Teatro Micaelense, enquanto os DJ ‘sets’ de alys(alys)alys e wutangu encerram as noites.

Todas as atividades do Simpósio da Bienal Walk&Talk 2025 são gratuitas e abertas ao público, sendo apenas necessárias inscrições para o ‘workshop’ de Mirna Bamieh.

A primeira edição da Walk&Talk em formato bienal começou no dia 25 de setembro e decorre até 30 de novembro, em São Miguel, nos Açores, sob o tema “Gestos de Abundância”.

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