Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Nada como “entrar com o pé esquerdo” numa nova função para demonstrar à plateia quem é especialista… em generalidades e trapalhadas. Dizem que os supersticiosos evitam o pé esquerdo para não chamar maus ventos, mas há quem ache que uma estreia desajeitada garante o “timing cómico”: se a primeira impressão já vai ser embaraçosa, mais vale assumir o talento natural para o desastre que se segue. Afinal, nem todo o herói usa capa — alguns apenas pisam o tapete da entrada com o pé esquerdo… e continuam a tropeçar até à queda final.

Podia dizer isto a propósito de muita coisa que aí vai na praça, mas fico-me pela entrada do novo líder parlamentar dos socialistas locais. Como se diz na gíria, Berto Messias foi direto aos capotes e sem tempo para saudar o público já estava a fazer “faena” aos tropeções. Começando pela desbragada sentença de que o aumento dos salários é só obra e graça do Governo da República. Então, o aumento da remuneração complementar e o alargamento dos trabalhadores abrangidos não é uma medida exclusivamente açoriana? E as revalorizações das carreiras, na saúde e na educação? E o suplemento remuneratório dos trabalhadores da RIAC? E a descida do IRS que resulta em mais rendimento disponível nas famílias?

As creches gratuitas, a poupança de um milhão e meio de euros na aquisição de manuais escolares, a redução de 30% no IVA, o maior emprego de sempre não acrescentam nada à vida dos açorianos?

Há pobreza, dificuldades e desafios para vencer, mas esta entrada triunfal parece ser o aquecimento para a maratona de trapadas que está por vir.

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