A Portos dos Açores esclareceu hoje que o cruzeiro que cancelou na terça-feira a escala na Horta apenas solicitou rebocador para a operação no dia anterior, e este, encontrando-se em Ponta Delgada, não seguiu viagem devido ao mau tempo.
O conselho de administração da empresa Portos dos Açores referiu em comunicado que o regulamento de exploração dos portos sob a sua jurisdição define que “as embarcações e navios que pretendam escalar o porto ou utilizar cais comerciais deverão transmitir aos serviços competentes da autoridade portuária todas as informações pelas quais seja possível tomar conhecimento preciso das operações previstas e dos meios necessários para a realização das mesmas, […] em horários e com antecedências mínimas a divulgar, por forma a ser-lhes proporcionada a devida assistência e o rápido desembaraço”.
A escala do navio de cruzeiros Artania estava programada para o porto da Horta, na ilha do Faial, para o dia 28 de outubro, mas “inicialmente não havia sido solicitada pelo agente de navegação daquele navio a utilização de rebocador para esta operação […], o que veio a ser requerido somente pelas 11:00 do dia 27 de outubro”, explicou.
“Naquele mesmo dia o rebocador Ilha de São Luís, que havia estado em serviço no porto de Ponta Delgada, tinha programada viagem para a Horta, viagem que acabou por ser cancelada por razões meteorológicas, nomeadamente em função de ondulação em rota na ordem dos 4-5 metros, superior à recomendada para a navegação ao largo por parte daquela embarcação portuária”, acrescentou.
Perante este facto, a empresa pública que gere os portos dos Açores revelou que o agente de navegação do Artania foi informado, “dentro do horário regulamentar, ou seja, até às 16:00 daquele mesmo dia, 27 de outubro, que o navio em questão não poderia contar com os serviços de reboque apenas solicitados naquela data”, mas o comandante do navio “decidiu tentar a escala” na ilha do Faial no dia seguinte.
“Na manhã de 28 de outubro, o Artania confrontou-se, no exterior da baía da Horta, com ventos na ordem dos 25-30 nós, situação que inviabilizou a escala no porto faialense, por razões de segurança da manobra do navio, dos seus passageiros e tripulantes e para integridade, ainda, da infraestrutura portuária”, lê-se.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, na ilha do Faial, pediu na quarta-feira esclarecimentos ao conselho de administração da Portos dos Açores, sobre o cancelamento da escala do navio de cruzeiro Artania no porto local.
“Na base desta exigência está a falta de rebocador no porto da Horta, que tem sido utilizado noutros portos da região, o que condiciona o adequado desenvolvimento das operações na infraestrutura portuária, e, ainda ontem [terça-feira], impossibilitou o navio Artania de atracar na ilha do Faial”, referiu a autarquia.
A Portos dos Açores também esclarece que os rebocadores estão ao serviço da empresa “onde quer que possam ser utilizados” e que, em função da tonelagem de certos navios, “tem vindo a mostrar-se necessário promover a deslocação de outros rebocadores da administração portuária quer para a Praia da Vitória, quer para Ponta Delgada, para auxílio às manobras e em apoio às embarcações de serviços de reboque com portos de armamento nas ilhas Terceira e São Miguel”.
A empresa tem atualmente três rebocadores disponíveis: um no porto de Ponta Delgada (São Miguel), outro no porto da Praia da Vitória (Terceira) e um terceiro no porto da Horta (Faial), que “se complementam na operação portuária, sempre que necessário”.
A concluir a nota, a Portos dos Açores garante que “mantém-se empenhada em que todas as operações de navios que ocorrem nas nove ilhas do arquipélago decorram sempre com todas as garantias de segurança para as embarcações, para os seus tripulantes, para os passageiros, bem como para os equipamentos e instalações portuárias”.

















