O Partido Socialista (PS) do Faial considerou esta sexta-feira que o Plano e Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2026 evidencia falta de coerência estratégica e de ambição política do Governo Regional relativamente ao desenvolvimento da ilha.
Em comunicado, o PS Faial sublinha que, apesar de o Conselho de Ilha do Faial não ter votado o parecer, mantendo o modelo de apreciação por consenso, a posição do partido é “claramente negativa” face à anteproposta apresentada pela coligação PSD, CDS-PP e PPM.
O partido critica a falta de execução de investimentos anteriores, considerando que o anúncio de um investimento de 120,7 milhões de euros, alegadamente o mais elevado de sempre, é ilusório, dado que a taxa média de execução entre 2021 e 2024 foi de apenas 34%, e caiu para 14% em 2024.
O PS Faial alerta ainda para a ausência de compromissos em áreas consideradas prioritárias para a ilha, incluindo a reabilitação do Porto da Horta, a ampliação da pista do aeroporto, o edifício de apoio à Marina da Horta, a Trinity House, a Orla Costeira de Porto Pim, assim como a falta de investimento na rede viária regional, habitação e setor primário.
O partido critica também as verbas simbólicas atribuídas à cultura, educação e ambiente, considerando que estes setores são fundamentais para um desenvolvimento equilibrado do Faial. Um exemplo particularmente preocupante, segundo o PS, é a saída da Escola Básica Integrada da Horta (EBI) do Plano para 2026, que, na sua avaliação, compromete o futuro dos alunos e a qualidade do ensino na ilha.
Em contrapartida, o partido reconhece a importância de projetos financiados pelo PRR, como o Tecnopolo-Martec e o novo navio científico, ambos alocados à ilha do Faial, mas sublinha que estes investimentos não resultam do orçamento regional, evidenciando a falta de estratégia própria do Governo da coligação.
O PS Faial conclui que os planos regionais continuam a ser “decorativos”, em que a ilha do Faial surge em destaque no papel, mas é frequentemente esquecida na execução. O partido sublinha ainda que obras e investimentos anteriores, inicialmente criticados, revelaram-se estratégicos e essenciais para o desenvolvimento sustentável da ilha, reforçando a necessidade de uma execução real e compromisso efetivo no Plano e Orçamento de 2026.



















