Hoje é dia de greve dos trabalhadores da Administração Pública. Estamos muito longe do cenário dos malandros e privilegiados que sucessivos governos procuram passar para a opinião pública. Na verdade, o que estes trabalhadores recebem, ano após ano, é a sua desvalorização, apesar de serem eles que põem todos os dias o país a funcionar. Escolas, hospitais, esquadras, tribunais, reparação de estradas e tantos outros serviços só funcionam corretamente com a dedicação dos seus trabalhadores.

O primeiro prejudicado por uma greve é o trabalhador que adere, ao perder o seu dia de salário. Tendo isto presente, só se pode concluir que a greve não é um privilégio nem algo que se decida de ânimo leve. É um direito essencial em Democracia, decidido com ponderação e responsabilidade! É recusar anos seguidos de perda de poder de compra! É afirmar que o seu trabalho é essencial para a sociedade em que se insere e que deve ser valorizado, a começar pelas opções do orçamento do estado. Infelizmente, não é isso que lá se encontra.

2026 vai vir com redução do IRC das grandes empresas, compensada pelo aumento da receita do IVA e outros impostos indiretos.

O governo já reconheceu que cedeu às chantagens de Trump, sendo que o dinheiro para a indústria da guerra dos EUA terá de sair do investimento no país.

Os perdões e vantagens fiscais para as grandes empresas obrigam a cortar na Escola Pública.

As parcerias público-privadas, autêntico sorvedouro de dinheiros públicos, reduzem a verba para a segurança das populações.

A opção pelo negócio da doença rouba verbas ao Serviço Público de Saúde.

Portanto, o estafado discurso do “não há dinheiro” convence cada vez menos. Dinheiro há, está é mal distribuído!

Na proposta de orçamento do estado temos um completo vazio de respostas aos problemas da população, dos trabalhadores e dos Serviços Públicos, ao mesmo tempo que serve de bandeja uma mão cheia de grandes privilegiados. Mas não tem de ser assim. Porque a valorização dos serviços públicos exige a valorização de quem lhes dá vida, a greve é a última escolha de quem tentou o diálogo, mas só recebeu imposição e fugas à negociação.

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