Os três eleitos do movimento cívico e independente “Ponta Delgada para Todos” rejeitaram a distribuição de pelouros proposta pelo social-democrata Pedro Nascimento Cabral e apresentaram uma proposta de “Memorando de Diálogo”, porque o município “precisa de soluções”.

Em comunicado, o movimento independente liderado por Sónia Nicolau adiantou que reuniu, na segunda-feira, com o atual autarca Pedro Nascimento Cabral (PSD), que foi o candidato mais votado nas eleições autárquicas do dia 12.

“Durante o encontro, o doutor Pedro Nascimento Cabral propôs a atribuição dos pelouros da Mobilidade, Cultura, Desenvolvimento Social e Desporto aos três vereadores eleitos pelo Movimento Ponta Delgada para Todos [PDLPT], convidando-os, assim, a integrar o elenco governativo da autarquia”, adiantou.

Segundo a nota, em representação do movimento, a vereadora eleita Sónia Nicolau apresentou uma proposta alternativa, sublinhando que “o que Ponta Delgada precisa são soluções e resultados para melhorar a vida das pessoas, e não de uma simples distribuição de cargos políticos”.

O movimento “Ponta Delgada para Todos” reafirma o seu compromisso com a viabilização governativa do executivo liderado por Pedro Nascimento Cabral, “respeitando, deste modo, a vontade expressa nas urnas, que se traduziu na eleição de três vereadores pelo PSD, os mesmos três que o PDLPT”.

Acrescenta que “essa mesma vontade impõe um compromisso de diálogo, responsabilidade e concertação de posições em prol do concelho de Ponta Delgada”, daí que o PDLPT tenha apresentado uma proposta de “Memorando de Diálogo – Servir Ponta Delgada para Todos”.

Segundo a nota, o memorando, “sujeito a revisão e avaliação no final de cada período”, estrutura-se em cinco eixos: visão estratégica para a execução do mandato (2025–2029), execução proporcional das propostas sufragadas pelo Movimento Ponta Delgada para Todos no ano de 2026, compromisso de “não execução de quatro propostas incluídas no programa eleitoral do PSD e comentário a uma proposta”, metodologia para nomeações “baseada na competência e no mérito curricular” e princípios de gestão, deliberação e acesso à informação, “assentes no direito, na transparência, na justiça, na equidade e na boa gestão dos recursos públicos”.

“Porque acreditamos que somos parte da solução para os problemas de Ponta Delgada. Porque estamos legitimados para o fazer. Porque queremos uma Ponta Delgada governável. Apresentamos uma proposta de ‘Memorando de Diálogo – Servir Ponta Delgada para Todos’. Aguardamos, com expectativa, pela resposta do doutor Pedro Nascimento Cabral”, afirmou Sónia Nicolau, citada na nota.

Nas eleições autárquicas do dia 12 de outubro, o PSD conseguiu reeleger Pedro Nascimento Cabral para um segundo mandato à frente do maior município dos Açores, com 33,88% (10.400 votos) e três mandatos, mas perdeu a maioria absoluta de cinco vereadores que tem atualmente.

Em segundo lugar ficou o movimento Ponta Delgada Para Todos, encabeçado por Sónia Nicolau, que conseguiu 26,07% (8.003 votos), igualando o mesmo número de mandatos do PSD (três).

A coligação PS/BE/PAN/Livre ficou-se pelos dois mandatos com 17,95% (5.509 votos) e o Chega conseguiu eleger um vereador pela primeira vez em Ponta Delgada com 14,58% (4.477 votos).

A líder da coligação Unidos por Ponta Delgada (PS/BE/PAN/Livre), Isabel Almeida Rodrigues, renunciou, na semana passada, ao mandato de vereadora na autarquia de Ponta Delgada.

“Considerando que a instalação da nova Câmara Municipal de Ponta Delgada, no seguimento das eleições autárquicas, cabe ao candidato mais bem colocado na lista vencedora, enderecei hoje, ao doutor Pedro Nascimento Cabral [PSD], a minha carta de renúncia ao mandato de vereadora para o qual fui eleita”, adiantou Isabel Almeida Rodrigues em comunicado.

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