O coordenador da Iniciativa Liberal (IL) nos Açores manifestou hoje satisfação pelos resultados eleitorais alcançados pelo partido nas autárquicas, destacando os sinais de consolidação e crescimento dos liberais na região.

“Não posso deixar de tecer alguma satisfação. Conseguimos eleger um deputado municipal em Ponta Delgada, mantendo esta importante representação. Conseguimos três deputados de freguesia”, afirmou Hugo Almeida, em declarações à agência Lusa.

Embora reconhecendo que havia maior ambição do partido, salientando que “todos os liberais gostariam sempre de ter tido” outro resultado eleitoral, o dirigente da IL nos Açores considerou que “o mais importante foi conseguido”, nomeadamente “o reforço” da estrutura local do partido.

“Conseguimos organizar mais duas equipas autárquicas, uma em Angra do Heroísmo (Terceira) e outra na Ribeira Grande (São Miguel), que serão fundamentais para a consolidação e crescimento do partido”, assinalou Hugo Almeida.

Segundo disse, essa consolidação e crescimento “é uma tarefa árdua, é uma maratona”, mas o partido está “a fazer este caminho”.

Já o coordenador regional da CDU classificou como negativos os resultados da coligação nas eleições autárquicas nos Açores.

“Não é um resultado positivo. É um resultado negativo tendo em conta que tínhamos cinco eleitos em assembleias municipais e passamos para três eleitos. Mantivemos os dois eleitos em assembleias de freguesia, embora em sítios diferentes. Elegemos dois eleitos na assembleia de freguesia dos Cedros, pela primeira vez”, afirmou à Lusa Marco Varela.

O dirigente regional da CDU assinalou ainda a escassa diferença de votos, alegando que “tanto se elege por seis votos, como se perde por seis votos ou sete votos como aconteceu em Santa Cruz das Flores, na assembleia municipal, e também na assembleia municipal do Corvo”.

Para Marco Varela, o resultado reflete “uma pressão muito grande sobre o eleitorado, numa perspetiva da bipolarização”, mas garantiu que o trabalho da CDU continuará com uma “oposição construtiva”.

O PSD foi o partido que conquistou mais câmaras nos Açores, numas eleições com poucas mudanças e em que, apesar de ter mantido o bastião de Ponta Delgada, perdeu a maioria absoluta na maior autarquia do arquipélago.

Os sociais-democratas venceram as eleições, no domingo, em nove das 19 câmaras municipais dos Açores, incluindo uma em coligação com o CDS-PP e outra em coligação com CDS-PP e PPM, partidos com quem governa o arquipélago desde 2020.

Em comparação com 2021, o PSD conquistou mais um município, mas não o roubou diretamente ao PS, que ficou em segundo lugar com oito câmaras.

Em São Jorge, o CDS-PP, que concorreu sozinho, com o apoio do PSD, manteve o município das Velas, gerido pelos centristas há 12 anos.

Além de ter conquistado mais câmaras, o PSD conseguiu manter Ponta Delgada, a maior autarquia dos Açores, mas Pedro Nascimento Cabral, que concorria a um segundo mandato, perdeu a maioria absoluta.

O PS venceu as eleições em oito câmaras municipais, menos uma do que em 2021, perdendo Santa Cruz das Flores, que geria há 24 anos, para o Movimento Cívico pelo Concelho, liderado por Elisabete Nóia, que foi neste mandato vice-presidente do município, eleita pelo PS.

CDU (PCP/PEV), BE e IL, que também concorriam a estas eleições, no arquipélago, não conseguiram eleger mandatos para as câmaras.

A CDU elegeu três deputados municipais (Calheta, Velas e Horta), o BE dois (Horta e Vila do Porto) e a IL um (Ponta Delgada).

 

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