O líder do PS/Açores considerou hoje que os resultados das eleições autárquicas de domingo na região demonstraram que o partido “recuperou bem das últimas eleições” e que é a “única alternativa credível” ao PSD.

“Se excetuarmos o resultado em Ponta Delgada, esta eleição mostrou que o Partido Socialista (PS) recuperou bem das últimas eleições, há cinco meses. Quando se esperava que o PS fosse muito afetado por isso, nós mantivemos oito das nove Câmaras Municipais que tínhamos e estivemos muito perto de vitórias em três Câmaras Municipais em toda a região”, disse Francisco César numa intervenção realizada na sede do PS em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

O PS liderava nove Câmaras Municipais nos Açores (Angra do Heroísmo, Vila Franca do Campo, Lagoa, Povoação, Vila do Porto, Lajes do Pico, Santa Cruz das Flores, Lajes das Flores e Corvo), mas passou a deter a presidência de oito, porque nas eleições de domingo perdeu a autarquia de Santa Cruz das Flores para a independente Elisabete Nóia.

Na intervenção, Francisco César referiu que o partido tem que “trabalhar para futuras batalhas, mostrando, como hoje se demonstrou, que o PS nos Açores é hoje a única alternativa ao PSD”.

“Nós, hoje, podemos verificar que tivemos sensivelmente o mesmo número de votos que tivemos há cerca de quatro anos. O PS é mesmo o partido que teve mais votos nestas eleições. Teve mais votos que o PSD. Nós temos mais mandatos para as Câmaras Municipais ao nível das vereações e temos mais candidatos às Assembleias Municipais”, disse.

E prosseguiu: “Se nós fizermos as contas em relação à representação do PS, o PS tem hoje oito Câmaras a que concorreu sozinho e ganhou as eleições, o PSD tem sete Câmaras a que concorreu sozinho, tendo ganho também em coligação duas Câmaras”.

“Portanto, o PS, não tendo tido o resultado que gostaria e não tendo vencido estas eleições, demonstrou claramente que é, de facto, a única alternativa credível ao PSD”.

Depois de admitir que os resultados demonstram que o partido “conseguiu crescer em relação às últimas eleições legislativas”, Francisco César rejeitou demitir-se da liderança regional do PS.

“A última coisa que eu deixaria de fazer era, num momento muito complicado para a região, nomeadamente quando nós temos uma situação financeira na região muito complicada, nós temos um Plano e um Orçamento em discussão, deixar o PS sem rumo e sem um caminho que é fundamental e importante”, respondeu.

E rematou: “Neste momento, que é um momento difícil para a região, em que nós vemos todos os dias o Governo [Regional] com más decisões, com a incapacidade financeira para cumprir os seus compromissos, com uma empresa aérea que pode fechar a qualquer momento [a SATA] e que nós temos tentado ajudar, a última coisa que eu faria era demitir-me”.

 

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