O candidato da CDU (PCP/PEV) à Câmara de Ponta Delgada, Henrique Levy, disse hoje que, a ser eleito no domingo, será a voz daqueles que “nunca foram ouvidos pelo atual executivo” liderado pelo social-democrata Pedro Nascimento Cabral.
“A minha prioridade será sempre defender todos aqueles que até hoje foram excluídos”, afirmou Henrique Levy à agência Lusa, durante a realização de uma ação de campanha na freguesia de São Pedro.
E prosseguiu: “[Que] foram excluídos pela soberba, pela falta de empatia do executivo e pela misoginia. Que eu não tenho problema absolutamente nenhum de dizer que este executivo é um executivo misógino, que exclui a mulher, não dá atenção à mulher”.
“Por isso, o que eu farei, quando for eleito, é proteger aqueles que nunca foram protegidos. No sentido de quê? De dar voz, porque eles foram sempre silenciados. Os pobres, as mulheres, as crianças, os idosos, nunca foram ouvidos pelo atual executivo e eu serei a voz dessas pessoas no município de Ponta Delgada”, afirmou o cabeça de lista da CDU à liderança do maior município dos Açores.
Henrique Levy dedicou-se na manhã de hoje a sensibilizar os habitantes da freguesia de São Pedro para a necessidade de elegerem um presidente da Câmara “que ponha a ação social em primeiro lugar”.
“É muito importante, porque há muitas pessoas que têm que pensar se compram os medicamentos ou se comem, ou como é que se vão deslocar”, esclareceu.
O projeto da CDU “tem como objetivo o outro” e “uma vertente importante que é a mulher”.
O candidato referiu à Lusa que escreveu uma carta aberta às mulheres de Ponta Delgada, “porque ainda hoje têm salários diferentes dos homens, são ostracizadas, são vítimas de uma misoginia latente em toda a sociedade patriarcal” e “têm muita dificuldade em encontrar o seu lugar”.
Analisou depois o atual executivo camarário de Ponta Delgada com pelouros (PSD), referindo que “só lá está uma” mulher e que “todas as outras saíram para dar lugar aos homens”.
“Não podemos ter uma sociedade governada por homens. Não podemos ter uma sociedade cuja visão social, cultural e económica seja exclusivamente do homem. Temos que implicar todos, temos que implicar as mulheres e tomar decisões em harmonia, todos juntos, porque nós convivemos todos”, defendeu.
Na mensagem enviada às mulheres de Ponta Delgada, o líder da candidatura da CDU assume o “compromisso firme de defender o feminino como pilar de justiça social”.
“Usarei o poder que me for conferido para abrir espaço ao feminino, ouvir as mães exaustas, as cuidadoras esquecidas, as jovens criadoras sem palco e as vítimas de tanta violência invisível”, promete.
Para combater a exclusão da mulher, Henrique Levy propõe várias medidas, como a criação de um Gabinete Municipal da Mulher e da Igualdade, uma Assembleia Consultiva Feminina, a criação de creches municipais gratuitas “com horários adaptados à vida laboral real das mulheres, e de um Centro de Memória Feminina dos Açores “que valorize o papel das mulheres na história da região”, entre outras.
Concorrem à Câmara de Ponta Delgada nas eleições de domingo Isabel Almeida Rodrigues (Unidos por Ponta Delgada – coligação PS, BE, PAN e Livre), Sónia Nicolau (Ponta Delgada Para Todos – independente), Pedro Nascimento Cabral (PSD, que se recandidata a um segundo mandato), Alexandra Cunha (IL), José Pacheco (Chega), Henrique Levy (CDU – coligação PCP/PEV) e Rui Matos (ADN).
No atual executivo camarário, o PSD tem cinco elementos contra quatro do PS.
Na Assembleia Municipal (51 membros), onde existem seis grupos e representações municipais (PSD, PS, IL, BE e os independentes Santa Clara Vida Nova e Sempre Candelária), os sociais-democratas têm 25 mandatos.

















