A Bolt, única plataforma TVDE disponível nos Açores, chegou ao arquipélago há seis meses e espera reforçar a operação até ao final do ano, atingindo 100 viaturas em três ilhas.

“A procura é muito alta. Continuamos com vontade de crescer e vão começar no início de setembro mais formações para motoristas. Temos milhares de viagens mensalmente, mas temos o dobro ou o triplo da procura e nem sempre conseguimos suprir”, adiantou, em declarações à Lusa, Mário de Morais, da Bolt Portugal.

A empresa de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) chegou aos Açores em março.

Começou pela ilha de São Miguel, em maio estendeu a operação à ilha Terceira e espera agora alargar a uma terceira ilha, possivelmente Faial ou Pico.

“Tínhamos no plano até ao final do ano tentar expandir um pouco mais, vamos ver se é possível. A nossa meta é ter pelo menos 100 motoristas na Região Autónoma dos Açores até ao final do ano e estar pelo menos em três ilhas”, revelou Mário de Morais.

Atualmente, a plataforma da Bolt tem inscritas 30 viaturas em São Miguel e Terceira, que efetuam “milhares de viagens todos os meses”.

Os primeiros seis meses de atividade “superaram as expectativas” da empresa, não só pela procura por parte dos clientes, como dos motoristas.

“Tivemos uma ação de sensibilização com o Instituto de Emprego e Formação Profissional em Ponta Delgada, que teve uma adesão maciça de pessoas que querem conhecer a profissão e percebem que está aqui uma alternativa ou um complemento aos seus rendimentos”, vincou Mário de Morais.

Além de viaturas TVDE, a aplicação da Bolt tem também disponíveis opções de táxi nos Açores.

“Viemos dar um complemento ao setor do táxi, que também faz um bom trabalho e que já se começou a juntar a nós”, apontou o responsável da empresa.

A entrada no mercado nos Açores decorreu, por isso, sem conflitos com o setor tradicional de transporte de passageiros.

“As próprias associações acabam por perceber que vimos ajudar os taxistas e não põem nenhuma restrição à nossa entrada”, explicou Mário de Morais.

Segundo o responsável da Bolt, com o aumento de turistas nos Açores, há cada vez mais clientes que procuram as plataformas digitais, independentemente de o serviço ser prestado em TVDE ou táxi.

Os Açores foram a última região do país a ter Bolt, o que, em parte, foi justificado pela legislação aplicada na região.

Entre os requisitos do arquipélago está a obrigatoriedade de uso de carros elétricos e a realização de uma formação específica para os condutores.

“Como não existia o setor, não existiam entidades formadoras preparadas. Tivemos de fazer um trabalho com as entidades formadoras, para podermos criar um curso de TVDE e depois lecionar e garantir que as pessoas concluíam este curso e passavam nos exames”, explicou Mário de Morais.

O responsável da Bolt compreende, no entanto, as restrições mais apertadas, tendo em conta a dimensão do arquipélago e o facto de promover um turismo verde.

“Faz sentido, porque estamos a falar de ilhas, de regiões circunscritas, e parece-me que tirámos boas lições que provavelmente se vão refletir mais tarde também no continente”, salientou.

O alargamento a mais ilhas vai depender da vontade dos motoristas, mas Mário de Morais acredita que acabará por acontecer.

“Poderá ser com os táxis e não ser em TVDE, mas o que importa é que o cliente tenha na plataforma a opção de mobilidade”, defendeu.

 

PUB