As nossas uvas de cheiro brancas de latada, em Ponta Delgada, este ano ainda não amadureceram completamente e são de um calibre menor. Isto é, não estão em condições de as oferecer aos amigos.

No entanto, os melros-negros residentes do quintal — e alguns forasteiros — não pensam o mesmo, a avaliar pela quantidade destas aves que apanhei em flagrante delito a degustarem bagos da dita cuja uva.

A sorte deles é que me converti em protetor dos melros-negros, por duas razões: a primeira é que me encanta o seu canto na época do acasalamento, na primavera — são autênticos tenores; a segunda é porque são uns resistentes em relação à invasora rola-turca, já que não cedem o seu espaço às rolas, que literalmente expulsam todas as outras aves com quem competem por território, incluindo os nossos pombos-torcazes.

Está claro que quem beneficia com este comportamento das rolas são os nossos milhafres, que se aproveitam da sua elevada concentração — mas com eficácia muito limitada.

É a vida!

 

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