Um Centro de Emergência Social e uma residência de reabilitação psicossocial vão ser criados em Ponta Delgada para fazer face à situação das pessoas em situação de sem-abrigo e pessoas com dependências, anunciou hoje o município.

Segundo a Câmara Municipal de Ponta Delgada, trata-se de uma parceria com o Instituto São João de Deus, pretendendo-se que “estas novas respostas sociais venham juntar-se ao vasto conjunto de medidas implementadas pelo município para fazer face à problemática de pessoas em situação de sem-abrigo e com dependências”.

Os termos dos protocolos a celebrar com o Instituto São João de Deus foram aprovados por unanimidade, em reunião ordinária da autarquia, cujo presidente, Pedro Nascimento Cabral, citado em nota de imprensa, referiu que o Centro de Emergência Social terá capacidade para responder até 30 pessoas em situação de sem-abrigo, dispondo de um gabinete de apoio psicossocial, refeitório e balneários “com condições adequadas à realização de higiene pessoal”.

O social-democrata afirmou que se pretende “providenciar obras num edifício da Casa de Saúde que tem acesso direto ao exterior e adaptá-lo para que possa oferecer a estas pessoas cuidados psicológicos e espaços dignos para a sua alimentação e higiene”.

Os sem-abrigo e pessoas com dependências beneficiarão também de todos os serviços complementares já existentes nas instalações do Instituto São João de Deus, nomeadamente da lavandaria.

Pedro Nascimento Cabral explicou que a residência de reabilitação social pretende constituir-se como uma unidade residencial para 10 pessoas com problemas aditivos que tenham cumprido com sucesso o programa de tratamento a que se submeteram.

A autarquia vai, entretanto, comparticipar o financiamento de obras num outro imóvel do Instituto São João de Deus, para que, após tratamento e desintoxicação, as 10 pessoas possam ser permanentemente acompanhadas por uma equipa especializada, constituída por profissionais de enfermagem, psiquiatras, psicólogos e animadores socioculturais”.

A adaptação do imóvel ascende aos 330 mil euros, sendo que, além de os protocolos com o Instituto São João de Deus “promoverem o acolhimento de mais pessoas em risco de exclusão social, vão permitir descentralizar as respostas sociais para outros locais do concelho”.

Segundo o autarca, o diagnóstico realizado “evidencia que cerca de metade das pessoas sem-abrigo em Ponta Delgada são provenientes de outros municípios”, o que “reforça a importância de uma atuação descentralizada na ilha de São Miguel”, promovendo uma “resposta integrada destes problemas sociais junto da comunidade de residência”.

Em cooperação com o Instituto de Solidariedade Social dos Açores, foi encontrada solução habitacional para mais de 100 pessoas em situação de sem-abrigo ou exclusão social, desde 2021, segundo a autarquia.

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