A Asta apresentou à Câmara de Ponta Delgada um pedido de redução da área coberta da zona central da praça do hotel que tem em construção na cidade, segundo documento a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o documento, apesar do pedido de informação prévia submetido à Câmara Municipal de Ponta Delgada para promover alterações na obra em curso, a ASTA assegura que “mantêm-se os índices urbanísticos, bem como a volumetria dos edifícios previamente licenciados”.
A única exceção é a “redução da área coberta da zona central da praça sobre as escadas rolantes inicialmente previstas para acesso à zona comercial”, assegura a empresa.
A Asta Atlântida está a proceder à construção de uma nova unidade hoteleira, com um espaço verde na zona da Calheta Pêro de Teive, em Ponta Delgada, depois de demolir as galerias de um centro comercial que nunca funcionou.
No projeto enviado ao município para aprovação, a empresa propõe, face à existência de um único operador, juntar as duas áreas comerciais licenciadas na obra.
Segundo a Asta, o acesso à zona comercial passará a fazer-se diretamente a partir da avenida João Bosco Mota Amaral e do estacionamento público da cave, estando ainda previstas várias outras alterações técnicas.
O estacionamento, passa, entretanto, de 161 para menos dois lugares do que os inicialmente licenciados, mas “cumprindo-se ainda os valores mínimos”, diz a empresa.
“Mantêm-se os pressupostos iniciais, de um estabelecimento hoteleiro classificado no grupo a) hotéis, na categoria hotel e com a classificação de quatro estrelas, de acordo com o decreto legislativo regional 7/2012/A, de 01 de março e a portaria 55/2012, de 16 de maio”, refere a Asta.
Contactado pela Lusa, o município de Ponta Delgada confirmou que, “no dia 01 de agosto, o promotor do projeto apresentou na Câmara Municipal um pedido de informação prévia”.
Segundo a autarquia, encontra-se “o procedimento em análise pelos técnicos do Departamento de Planeamento e Gestão Territorial”.
Em 2021, a autarquia, liderada então pela social-democrata Maria José Duarte, intimou a Asta Atlântida a promover a demolição da obra inacabada das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive. Esses trabalhos permitiram demolir “tudo o que está acima da cota zero, que é a laje por cima das garagens, exceto o edifício a poente”, que é do Governo Regional e para onde está previsto um posto de turismo, conforme esclareceu, na altura, o administrador da Asta Atlântida, José António Resendes.
O processo arrasta-se desde 2008, altura em que foi anunciado um novo espaço comercial na marginal de Ponta Delgada, a cargo da Asta Atlântida, agora detida pelo fundo Discovery, mas que nunca foi terminado.
Em 2016, o mesmo fundo apresentou uma “mudança radical” para as inacabadas galerias comerciais, que passava por demolições e redução de volumetrias, aproveitando o espaço para a criação de uma unidade hoteleira e de um jardim público.
O processo de reformulação do projeto de arquitetura só foi iniciado em 2018.
A Lusa pediu uma reação à Asta, sem sucesso até ao momento.