Nos dias que correm, a ladainha de promessas é interminável, diria, aos milhares. A conta é simples: dezanove câmaras municipais, muitas com pretendentes vários, e mais de 150 freguesias, em cada caso com propostas a esmo.
Julgando tratar-se de coisa pouca, ou por distração de quem o aconselha na comunicação, antes de ir a banhos, Francisco César veio acrescentar uma proposta, piscando o olho à rapaziada universitária (que nesta altura só consome festivais) e seus papás. A ideia, vertida num pomposo projeto de lei, trata de deduzir na coleta do IRS as despesas com as viagens aéreas dos estudantes.
Para os distraídos, que somos quase todos nós nesta altura do ano, parece coisa brilhante, qual ovo de Colombo, capaz de aliviar a carteira esmifrada do contribuinte.
Mas abrindo os olhos, mesmo só um poucachinho, logo se dá pela inconsequência da proposta, com a qual e sem a qual se fica tal e qual.
Explico: o valor máximo da dedução à coleta com despesas de educação esgota-se num ápice, entre alojamento e propinas e, por isso, a medida nada acrescenta.
A verdadeira poupança das famílias está nas duas viagens de ida e volta que o governo de Bolieiro oferece aos estudantes. E, já agora, na redução de 10% na tarifa, recentemente decidida por Montenegro.
Pelo ingresso nas universidades o aluno recebe um prémio de 750 euros, independentemente do rendimento do respetivo agregado familiar. Há também apoio para o pagamento das propinas e, naturalmente, as medidas que vigoram para todo o país, no âmbito da Direção‐Geral do Ensino Superior.
Isso sim, são ajudas.