Autor: PM | Foto: GRA

O presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) considerou hoje que o licenciamento do porto espacial da ilha de Santa Maria é um “passo histórico” e posiciona o arquipélago como um “ator relevante na inovação espacial”.

“Este licenciamento é um passo histórico que reflete a visão e o empenho da região”, referiu José Manuel Bolieiro citado numa nota de imprensa do executivo regional.

O porto espacial dos Açores obteve licenciamento para operar e deverá efetuar o primeiro lançamento na primavera de 2026, quase cinco anos depois do inicialmente previsto, anunciou hoje o operador e a entidade licenciadora.

O licenciamento foi atribuído pelo regulador, a Anacom – Autoridade Nacional das Comunicações, ao Consórcio do Porto Espacial Atlântico, que fez o pedido em dezembro.

Segundo o governante, o licenciamento “posiciona os Açores como um ator relevante na inovação espacial, com benefícios claros” para a Europa e para o arquipélago, “abrindo caminho para futuros lançamentos orbitais a partir de Santa Maria”.

O projeto “alinha-se integralmente com a estratégia dos Açores para o espaço, que valoriza a localização única do arquipélago para fomentar um ecossistema espacial inovador e tornar os Açores no ‘hub’ Atlântico para o espaço”.

Os objetivos são “atrair investimento, promover tecnologia de ponta e criar oportunidades económicas e sociais para a população açoriana, sempre salvaguardando a segurança das populações e do meio ambiente”, salienta o executivo de coligação.

O Governo dos Açores “acompanhou de perto” as etapas do processo de licenciamento, assegurando que o projeto “responda às expectativas e necessidades estratégicas da região”.

Por outro lado, a região “mantém-se empenhada nos desenvolvimentos futuros, trabalhando em parceria com entidades nacionais e internacionais para maximizar o impacto do ecossistema espacial de Santa Maria e preparar o terreno para novas ambições espaciais”.

No entender do executivo açoriano, para a Europa, o Centro de Lançamentos em Santa Maria, “fortalece as capacidades de acesso ao espaço a partir de uma localização privilegiada no Atlântico, aumentando a sua autonomia e resiliência no setor”.

Já para os Açores, “representa uma oportunidade de diversificação económica, atração de investimento e afirmação como ‘hub’ espacial, numa reafirmação do seu papel histórico como ponto de conexão transatlântica”.

A licença atribuída ao porto espacial dos Açores é válida por cinco anos e “refere-se exclusivamente à operação do centro de lançamento a localizar na Malbusca”, na ilha açoriana de Santa Maria, indicam em comunicado conjunto a Anacom e a Agência Espacial Portuguesa.

Trata-se da primeira licença concedida por Portugal para operacionalização de um porto espacial.

Em declarações à agência Lusa, o diretor do consórcio português, Bruno Carvalho, disse que, depois do licenciamento atribuído pela Anacom na terça-feira, são esperados os primeiros lançamentos na primavera de 2026 de voos suborbitais para testar tecnologia, operações e veículos.

O consórcio já contratualizou missões, que carecem ainda de licenciamento específico, com empresas da Polónia, Alemanha e Reino Unido.

Em 2027 está prevista a aterragem em Santa Maria do primeiro voo do “Space Rider”, o vaivém não tripulado da Agência Espacial Europeia.

Nesse ano, o Consórcio do Porto Espacial Atlântico espera arrancar com o lançamento de voos orbitais, para a colocação de satélites no espaço.

Fazem parte do consórcio, formado em 2020, as empresas Ilex Space, vocacionada para a área do negócio do espaço, e a Optimal, fabricante de compósitos e componentes metálicos de satélites e foguetões.

PUB