A pitoresca freguesia das Sete Cidades, situada no concelho de Ponta Delgada, vestiu-se de gala no dia 10 de agosto, domingo, para celebrar a sua emblemática festa anual em homenagem a São Nicolau, o seu querido padroeiro. Como manda a tradição, as ruas ganharam vida com ornamentos feitos com carinho, criando um ambiente vibrante de cor e fé, um verdadeiro reflexo do espírito comunitário que une os seus habitantes.
As festividades tiveram início com a alvorada matinal, anunciando um dia especial. Logo depois, a igreja paroquial de São Nicolau abriu as suas portas para a missa solene, um momento de devoção que reuniu muitos fiéis e visitantes, aproveitando o calor do verão para se juntarem à celebração.
É importante recordar que o templo nasceu de uma promessa feita em 1849 pelo coronel Nicolau Maria Raposo de Amaral (1770-1865) e sua esposa, Teresa Ermelinda Rebelo (1797-1895). A escolha recaiu sobre São Nicolau, bispo de Mira, na Lícia, cujos restos mortais se encontram em Bari, Itália, motivo pelo qual é também conhecido como “bispo de Bari”. No século XX, em 1969, os herdeiros dos fundadores decidiram doar o templo ao povo, já sem intenção de o manter. Nesse mesmo ano, a 23 de maio, a capela foi elevada a paróquia e, dois anos depois, em 1971, Sete Cidades ascendeu oficialmente à categoria de freguesia.
Por volta das 17H30, teve início o animado desfile de bandas filarmónicas, com a participação da Banda Harmonia Mosteirense, da Banda Lira Nossa Senhora de Oliveira, da Banda Minerva dos Ginetes e da Banda Lira das Sete Cidades. Após a apresentação, as bandas juntaram-se à procissão, composta por sete andores, que atraiu moradores e emigrantes, todos embebidos de fé e acompanhados por música.
Após o término da procissão, realizaram-se as tradicionais arrematações de oferendas, seguidas do serão musical, que começou com a atuação da Banda Lira Nossa Senhora de Oliveira, da Fajã de Cima. O ponto alto da noite foi o tão esperado concerto da banda “Quim Barbeiro”, que contagiou a freguesia com alegria.
A festa também contou com as tradicionais barraquinhas de comes e bebes, vendedores ambulantes de pipocas, algodão-doce e os irresistíveis cachorros, uma delícia para todas as idades. Mais uma vez, a tradição se manteve viva, fortalecendo os laços de uma comunidade que se une, ano após ano, para homenagear o seu padroeiro.