Autor: PM | Fotos: SRAAC

Cerca de dois terços (76%) dos resíduos gerados nos Açores foram alvo de valorização em 2024, um “avanço muito significativo” em relação aos anos anteriores, segundo divulgou hoje o secretário regional do Ambiente.

De acordo com dados fornecidos por Alonso Miguel, que falava na apresentação do relatório sobre resíduos urbanos em 2024, em Ponta Delgada, verificam-se “melhorias na gestão e recolha de embalagens, com uma taxa em 2024 de 83,5 quilos por cada habitante”, um aumento de 4,8% em relação a 2023.

O titular da pasta do Ambiente e Ação Climática apontou dois elementos que considerou “muito diferenciadores e prestigiantes para a região”, nomeadamente a taxa de preparação para reutilização e reciclagem de resíduos, que registou 48% em 2024, mais 33% do que 2023.

A nível nacional, acrescentou, o valor da taxa de preparação para reutilização e reciclagem de resíduos foi de 23%, contra os 48% dos Açores.

Alonso Miguel recordou ainda que, em 2020, a taxa “era apenas de 31,2%, o que revela um crescimento de 54%” e deixa a região “muito próxima de atingir as metas comunitárias para 2025″.

Ainda segundo o governante, um dos fatores determinantes para este crescimento foi a entrada em funcionamento da central de tratamento mecânico e biológico na ilha de São Miguel.

“Já foi possível, inclusive, atingir a meta comunitária definida para 2025, que era de 55%, uma vez que São Miguel atingiu uma taxa de 56%”, afirmou.

O outro “dado relevante” apontado pelo secretário regional prende-se com desvio de resíduos de aterro, que nos Açores “atingiu um valor muito significativo de 45%, em 2020, para este ano atingir-se os 24%”.

Estes resultados, salientou, demonstram que os Açores estão “num caminho muito consolidado para atingir a meta comunitária de deposição de resíduos em aterro de 2035, que é de 10%”.

Contudo, o titular da pasta do Ambiente apontou também “dados menos positivos que merecem um esforço adicional, sobretudo relativamente à gestão de resíduos na ilha Terceira, onde a taxa de preparação para reutilização e reciclagem continua estagnada, tendo uma ligeira redução para 19%”.

“Isso condiciona de forma muito significativa o desempenho global da região e o posicionamento face às metas comunitárias”, alertou, adiantando que, por forma a melhorar este cenário, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) está a “desenvolver esforços com a Teram – Central de Tratamento e Valorização de Resíduos da Ilha Terceira” para “encontrar fontes de financiamento comunitários ou através do Fundo Ambiental que possam permitir a instalação de equipamentos que corrijam esta situação”.

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