Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

O título não é novo, nem original, mas dificilmente haverá outra forma de o dizer.

Por regra, o verão é propício a notícias triviais, que na teoria jornalística não seriam categorizáveis nas áreas editoriais comuns – política, economia, desporto, sociedade e internacional. Mas com os políticos a banhos, faltam acontecimentos para as páginas dos jornais e para os tempos de emissão das rádios e das televisões e assim se tornam notícia factos banais, declarações vulgares, enredos que fazem corar de vergonha a mais modesta literatura de cordel.

Neste estado de indigência noticiosa há sempre os oportunistas de ocasião, gente que tudo faz para saltar da irrelevância do tempo comum para o estrelato descartável da silly season – em português corrente, tempo do ridículo. A intensidade da debandada, naturalmente, ganha expressão olímpica em se tratando de momento pré-eleitoral, como é o caso.

Os candidatos apinham-se no assédio aos media e a lista de promessas é interminável, na maior câmara municipal ou na freguesia mais modesta. Pouco importa o universo dos votantes, a ambição de serviço público justifica tudo, e o céu é o limite, dizem com pretensioso eruditismo (e sem cuidar do orçamento público para tanto devaneio). Ficam aqui alguns exemplos: transportes públicos gratuitos em todos os circuitos do concelho, piscinas olímpicas de 50 metros! (o pleonasmo é do próprio mensageiro), um agente da polícia em cada esquina, erradicação de toda a pobreza, multiplicação de subsídios para toda a sorte de eventos e de público. E assim por diante.

Deus nos livre desta gente.

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