Autor: PM | Foto: GRA
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O presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS/PPM), José Manuel Bolieiro, disse hoje que quer exaltar a dimensão geopolítica e geoestratégica do arquipélago na visita do Presidente da República à região, que se inicia na quinta-feira.

“Eu procuro que através do mais alto magistrado da nação possamos exaltar o reconhecimento nacional e europeu, global até, relativamente ao posicionamento geopolítico e geoestratégico que os Açores importam ao país, à União Europeia e ao mundo no meio do Atlântico norte. Quero evidenciar isso”, afirmou, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inicia na quinta-feira uma visita aos Açores, onde passará por várias ilhas, não tendo ainda sido divulgado o programa oficial final.

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Questionado sobre a visita do Presidente da República, à margem da inauguração da reabilitação do Palácio Bettencourt, em Angra do Heroísmo, José Manuel Bolieiro adiantou que pretende evidenciar o potencial geopolítico e geoestratégico dos Açores, tanto no domínio aeronáutico, com uma visita à Base das Lajes, na ilha Terceira, como na dimensão marítima, que será evocada na cidade da Horta, na ilha do Faial.

Numa altura em que Marcelo Rebelo de Sousa completa o segundo mandato, o chefe do executivo açoriano fez um “balanço muito positivo” dos dois mandatos do Presidente da Republica.

“Ele foi amigo dos Açores, ele esteve solidário nas nossas necessidades”, vincou.

Entre os vários momentos em que essa solidariedade foi evidente, José Manuel Bolieiro destacou “a presença física e de testemunho de tranquilidade, quando foi da crise sismovulcânica da ilha de São Jorge”.

“Se há um registo que se possa fazer e um balanço aos mandatos de sua excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos Açores é de agradecimento, reconhecimento e louvor”, sublinhou.

Questionado sobre o facto de Portugal ter admitido reconhecer o Estado da Palestina numa declaração conjunta assinada por 15 países, o presidente do Governo Regional dos Açores disse ver “com bons olhos” esta opção, alegando que “ajudará naturalmente a um melhor entendimento respeitoso do reconhecimento dos dois Estados: Israel e Palestina”.

“Independentemente das estratégias que são bem mais complexas, relativamente ao enquadramento internacional dos estados, num quadro de consenso nas Nações Unidas, eu entendo que é bom podermos ter uma especial sensibilidade para defender o direito à Palestina e ao seu povo”, apontou.

Bolieiro, que disse ser um “humanista convicto” e respeitar as identidades, defendeu que “o povo palestino precisa de ter uma consideração mundial mais humanitária”.

Portugal admitiu reconhecer o Estado da Palestina e declarou-se empenhado em trabalhar no “dia seguinte” em Gaza, numa declaração conjunta assinada no final da conferência sobre a solução dos dois Estados, nas Nações Unidas.

“Antes da reunião dos chefes de Estado e de Governo que terá lugar durante a semana de alto nível da 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU 80) em setembro de 2025, (…) [os chefes da diplomacia de 12 países europeus, Canadá, Austrália e Nova Zelândia] já reconhecemos, expressámos ou expressamos a vontade ou a consideração positiva dos nossos países em reconhecer o Estado da Palestina, como um passo essencial para a solução de dois Estados”, lê-se na declaração conjunta, subscrita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, no final da conferência, que terminou na terça-feira, em Nova Iorque.

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