Paula Decq Mota, 46 anos de idade, professora, é de novo a cabeça de lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) à Câmara Municipal da Horta, nos Açores, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, depois de se ter candidatado em 2017 e 2021.
“Aceitei, com honra e sentido de responsabilidade, o convite para voltar a ser candidata. Esta decisão é também fruto de uma reflexão pessoal e dos múltiplos incentivos que recebi, ao longo dos últimos meses, de amigos, camaradas e cidadãos que acreditam neste projeto”, justificou Paula Decq Mota, durante a apresentação da candidatura, em conferência de imprensa, ao ar livre, junto à Marina da Horta.
A candidata, que é também coordenadora da Comissão de Ilha do Faial do Partido Comunista Português (PCP), entende que está agora “mais bem preparada” para este desafio e tem também “mais experiência política”, que podem ajudar a CDU a ter uma maior expressão eleitoral nas próximas autárquicas.
“A candidatura da CDU apresenta-se sempre para trazer a debate assuntos que, normalmente, são evitados pelos dois principais partidos, por que são assuntos que os incomodam! Tanto o PS como o PSD, quer na República quer na Região, são autores de muitos dos constrangimentos que afetam a nossa ilha”, insistiu a candidata.
Paula Decq Mota diz que está nesta corrida autárquica com o objetivo de “denunciar injustiças”, mas também de “apontar soluções duradouras”, “mobilizar vontades e energias” e “reforçar a capacidade reivindicativa da ilha do Faial”.
“É fundamental mobilizar todos os que acreditam neste caminho – militantes, apoiantes e simpatizantes – para que levem, com clareza e convicção, a nossa mensagem de justiça social, proximidade e participação democrática, traços distintivos da experiência autárquica da CDU, amplamente reconhecidos em todo o país”, frisou.
Filha do líder histórico do PCP/Açores, José Decq Mota, que foi deputado à Assembleia Legislativa dos Açores e vereador da Câmara Municipal da Horta, Paula Decq Mota apresenta “metas claras” nestas eleições: reforçar a presença da CDU nos órgãos autárquicos, eleger vereadores para a Câmara Municipal e fazer crescer o partido na Assembleia Municipal, onde já tem presença, atualmente.
Paula Decq Mota reconhece que o atual mandato autárquico, que agora está a terminar, “beneficiou de programas europeus” que permitiram avançar com algumas obras há muito reclamadas, mas entende que isso não é suficiente para dinamizar o concelho e resolver os seus principais problemas.
“Há obra feita, sim, mas a generalidade dos nossos munícipes vive pior. A falta de respostas no campo habitacional, o aumento exponencial de custo de vida, não podem ser tapados com a política-espetáculo”, criticou a cabeça de lista da CDU à Câmara da Horta.
A falta de habitação para os profissionais que estão deslocados na ilha (professores, enfermeiros e veterinários), e a possível privatização de empresas públicas, como a Portos dos Açores, a Atlânticoline ou os matadouros dos Açores, são problemas que a candidata pretende resolver.
“Os tempos que se avizinham são perigosos”, advertiu a cabeça de lista da CDU, para quem o concelho precisa de políticas com visão, planeadas a longo prazo e que respondam às necessidades da população: “não podemos continuar com medidas pontuais, lançadas apenas em tempos de campanha, enquanto se adiam projetos estruturantes”.
A Câmara Municipal da Horta é presidida por Carlos Ferreira, autarca eleito pela coligação PSD, CDS-PP e PPM, que destronou o PS do poder há quatro anos, ao fim de mais de três décadas consecutivas de domínio socialista no concelho, mas a CDU lembra que “ter o mesmo partido no Governo e na Câmara Municipal, não se tem traduzido em benefícios para a ilha, antes pelo contrário”.
Além da cabeça de lista à Câmara Municipal da Horta, a CDU apresentou também hoje o primeiro candidato à Assembleia Municipal, André Rodrigues, 32 anos de idade, licenciado em Ciências de Comunicação, e atual deputado municipal no Faial.