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O Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, a Universidade do Algarve e a Universidade de Lisboa são as instituições universitárias portuguesas públicas que publicaram artigos científicos com maior relevância e impacto mundial, segundo dados oficiais hoje divulgados.

Os dados constam na análise “Produção Científica Portuguesa, 2014-2023: Ensino Superior Público Universitário”, da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC).

O documento refere que, analisando a percentagem de publicações (artigos e revisões) entre as 10% mais citadas a nível mundial, “verifica-se que o Instituto Universitário de Lisboa se destaca com 13,3%, refletindo um aumento de 22% face ao quinquénio anterior”, de 2014–2018.

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“Seguem-se a Universidade do Algarve, com 12,9%, e a Universidade de Lisboa, com 12,7%”, adianta a DGEEC, assinalando que “estes resultados atestam, não só a qualidade intrínseca da investigação produzida, mas também a sua relevância e visibilidade no panorama científico internacional”.

A métrica do ‘top’ 10% das publicações mais citadas a nível mundial é utilizada para avaliar o impacto e a relevância da investigação científica.

A análise da DGEEC baseia-se em dados bibliométricos extraídos da plataforma internacional InCites, da Clarivate Analytics, cuja fonte é a Web of Science – Core Collection, que contém registos de artigos das revistas científicas de maior impacto no mundo, incluindo as de acesso aberto.

Medindo o impacto das publicações científicas, através do número de citações, todas as instituições universitárias portuguesas, com exceção da Universidade Aberta (0,80), da Universidade de Évora (0,82) e da Universidade da Madeira (0,99), apresentam um valor acima da média mundial (1,00).

“O que significa que as suas publicações são, em média, mais citadas do que o esperado para publicações com características semelhantes”, conclui a DGEEC, acrescentando que os valores mais elevados são registados pela Universidade de Lisboa (1,19), cujos artigos científicos receberam, em média, mais 19% de citações do que o esperado, seguindo-se a Universidade do Algarve e a Universidade do Porto (ambas com um impacto de 1,16).

Considerando o indicador da qualidade das revistas científicas onde são publicados os artigos, a Universidade de Aveiro (53,7%), a Universidade do Algarve (53,5%) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (52,4%) são as instituições que mais se destacam entre 2019 e 2023 na divulgação de estudos em revistas com maior impacto e visibilidade, de acordo com a DGEEC.

Durante este período, as universidades que mais publicaram em revistas científicas são as de Lisboa (37.644 publicações), Porto (32.735) e Coimbra (20.292), com os números a refletirem, em parte, a maior dimensão e estrutura destas instituições, bem como os centros de investigação que integram.

Comparativamente com 2014 a 2018, são, no entanto, as instituições de menor dimensão que registam entre 2019 e 2023 um crescimento mais expressivo no número de publicações: 44% na Universidade da Madeira, 33% na Universidade de Évora e 32% no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa.

“Estes aumentos evidenciam um dinamismo significativo na atividade científica destas instituições, possivelmente associado a estratégias institucionais de reforço da investigação e intensificação da colaboração externa”, salienta a DGEEC.

A publicação de artigos científicos em acesso aberto “é atualmente uma prática consolidada entre as instituições de ensino superior portuguesas”, com todas as universidades públicas a apresentarem mais de 50% das suas publicações neste registo entre 2019 e 2023, destacando-se à cabeça as dos Açores (69,7%), de Évora (67,7%) e Algarve (64,6%).

De acordo com a DGEEC, “estes dados evidenciam uma adesão às orientações nacionais e internacionais em matéria de ciência aberta, com implicações positivas para a visibilidade e disseminação do conhecimento produzido”.

A análise revela, quanto à colaboração científica, que existe “uma tendência geral de crescimento da internacionalização das publicações”, sendo que as universidades do Algarve (67,7%), dos Açores (67,6%) e da Madeira (64,7%) são as instituições portuguesas com maior percentagem de publicações em coautoria com instituições estrangeiras.

“Sobretudo em instituições localizadas em regiões mais periféricas, a colaboração internacional constitui uma via relevante para integrar redes globais de investigação”, considera a DGEEC.

As universidades “com menor percentagem de colaboração internacional” entre 2019 e 2023 “tendem a apresentar maior proporção de publicações nacionais em coautoria com outras instituições portuguesas”, como a Universidade Aberta (52,0%), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (46,7%) e a Universidade da Beira Interior (42,4%).

 

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