PUB

O líder do PS/Açores alertou hoje que o setor da saúde piorou nos últimos cinco anos, denunciado um aumento na lista de espera cirúrgica, e acusou o Governo Regional de estar “sempre a desculpar o presente olhando para trás”.

“O Governo [Regional] às vezes parece que não quer encontrar soluções. Acha que é mais importante fazer críticas ao PS para justificar as suas falhas. Deixe-se disso. Já não é tempo disso. Cinco anos é muito tempo”, afirmou Francisco César à agência Lusa e à RTP/Açores.

O líder dos socialistas açorianos, que falava após uma reunião com a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, considerou que a resposta do Serviço Regional de Saúde piorou nos últimos cinco anos da governação da coligação PSD/CDS-PP/PPM.

PUB

“O PS tem uma diferença em relação a este governo: todas as nossas falhas, nós fomos julgados por elas. O povo já se pronunciou. É tempo de quem aqui está assumir as suas responsabilidades e trabalhar para ter soluções. Não vale a pena estar sempre a desculpar o presente olhando para trás”, reforçou.

O presidente do PS/Açores apontou o funcionamento do Serviço Regional de Saúde como a “principal preocupação dos açorianos” e lembrou que os socialistas propuseram 1,5 milhões de euros para a criação de um Plano de Recuperação de Listas de Espera na discussão do Orçamento para 2025, uma proposta que foi reprovada.

“A lista de espera cirúrgica tem aumentado no primeiro trimestre cerca de 14,7% em relação ao ano anterior. Hoje quem está à espera de uma cirurgia tem de esperar cerca de 455 dias. Nós sabemos que muitos fornecedores não recebem”, criticou.

Francisco César rejeitou ser um “teórico do caos”, considerando que o “caos” da gestão do Governo Regional tem provocado “problemas” na vida dos cidadãos.

“Há gente que acha que quando apontamos o problema é porque somos teóricos do caos. Nós não somos teóricos do caos. Nós constatamos na prática que os problemas que as pessoas têm são gerados por causa do caos da gestão do governo em várias áreas, nomeadamente na saúde”, sublinhou.

Francisco César defendeu que o incêndio no Hospital de Ponta Delgada em 04 de maio de 2024 não pode justificar a degradação dos cuidados de saúde, porque, salientou, aquela unidade podia ter reaberto no “espaço de poucos meses”.

“No entanto”, prosseguiu, o executivo açoriano decidiu “optar por outro caminho”, com a construção de um hospital modular que “não só custou muito mais dinheiro, como o serviço providenciado passou a ser mais tardio”.

“As coisas não estão a funcionar bem. São necessários mais médicos e mais pessoal administrativo para que essa unidade de saúde [de São Miguel] funcione bem. É necessário que o governo liberte mais verbas para que possam existir esses recursos humanos. A mesma coisa acontece em outros serviços”, afirmou.

Na quinta-feira, referindo-se à execução do Plano de Recuperação e Resiliência, o secretário das Finanças do Governo dos Açores criticou os “apóstolos do caos” que procuram “puxar os Açores para baixo com a teoria do caos”.

 

PUB