A Guarda Nacional Republicana (GNR) reforçou esta sexta-feira o alerta para burlas no arrendamento de casas de férias, um fenómeno com maior incidência na época estival. Através de ações preventivas e de sensibilização, a GNR pretende reduzir a ocorrência deste tipo de crime e apela à adoção de medidas de segurança por parte dos cidadãos, sobretudo quando recorrem à internet para reservar alojamento de férias.
De acordo com dados provisórios até 30 de junho de 2025, a GNR registou 44 casos de burla relacionados com arrendamento de casas de férias este ano. Em 2024, foram reportadas 178 ocorrências e, em 2023, o número ascendeu a 214. Os distritos de Faro (95), Porto (79) e Braga (70) foram os mais afetados no conjunto dos três anos. Ainda assim, os casos registaram-se de forma dispersa por todo o território nacional, o que revela que nenhuma região está imune a este tipo de criminalidade.
A comparação entre 2023 e 2024 revela uma redução de 16,8% nas burlas associadas ao arrendamento sazonal, um indicador que a GNR associa à eficácia das suas campanhas preventivas, em especial junto das populações mais vulneráveis. No que respeita à repressão, foram detidas 60 pessoas em 2023, 29 em 2024 e 12 até ao final de junho deste ano. Paralelamente, foram identificados 140 suspeitos em 2023, 138 em 2024 e 33 em 2025.
Embora não exista um modus operandi único, é frequente os burlões colocarem anúncios com preços apelativos em plataformas de grande visibilidade, recorrendo a imagens reais de imóveis para dar credibilidade à publicação. O objetivo é convencer as vítimas a transferir um sinal para garantir a reserva da casa. A burla torna-se evidente apenas mais tarde, quando as vítimas tentam contactar o anunciante, levantar as chaves ou percebem que a morada fornecida não existe.
A GNR aconselha os cidadãos a desconfiarem de preços muito abaixo do mercado e recomenda que se tente sempre visitar o imóvel antes de qualquer pagamento. É igualmente importante comparar anúncios em diferentes plataformas, verificar se existem outras publicações com as mesmas imagens, solicitar fotografias adicionais e confirmar a identidade e contactos do anunciante. Sempre que possível, deve também ser verificado, através de multibanco, se o titular da conta corresponde ao nome do proprietário.
Este tipo de burla representa não só um prejuízo económico direto para os cidadãos, mas também uma ameaça à confiança no mercado digital de arrendamento. A GNR continuará empenhada em detetar e combater este fenómeno, sublinhando a importância da prevenção e da atenção redobrada por parte dos consumidores, sobretudo em períodos de maior procura como o verão.