Autor: PM | Foto: BE
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Jessica Pacheco volta a ser a aposta do Bloco de Esquerda para liderar a Câmara Municipal da Ribeira Grande nas próximas eleições autárquicas. A candidatura foi apresentada esta quarta-feira, no mesmo local simbólico onde, em 2021, também deu início à sua campanha. Passados quatro anos, a candidata afirma que “a maioria dos problemas mantêm-se ou até pioraram”, assumindo como prioridades o ambiente, a habitação, a transparência nos dinheiros públicos e o combate às dependências.

A candidata bloquista dirigiu críticas à autarquia liderada pelo PSD, acusando-a de inação face a várias situações que afetam o concelho. Entre elas, destacou as descargas de explorações agrícolas que poluem a praia do Monte Verde, a contínua descarga da fábrica da Cofaco no mar e a iminente entrada em funcionamento da incineradora da Musami, situada na Ribeira Grande. “São atentados ambientais e de saúde pública”, frisou.

Na gestão de dinheiros públicos, Jessica Pacheco aponta falhas graves à atual liderança da câmara, nomeadamente no uso excessivo de ajustes diretos: “É incompreensível que, na Ribeira Grande, 70% dos contratos públicos sejam por ajuste direto, quando em Ponta Delgada representam apenas 30%”. A candidata defende que o Bloco dará primazia aos concursos públicos, em nome da transparência e do rigor na utilização dos fundos municipais.

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A habitação é outro dos eixos centrais do programa eleitoral do Bloco. Jessica Pacheco alertou para a falta de resposta ao problema da habitação no concelho, defendendo uma intervenção imediata no património devoluto e a implementação de políticas locais que incentivem o arrendamento acessível. “Hoje, ter trabalho e vencimento já não é suficiente para se garantir um teto”, afirmou.

O combate às dependências é também uma prioridade da candidatura. Jessica Pacheco defende a criação de salas de consumo assistido, solução já aplicada com sucesso noutras regiões do país e da Europa. Para a candidata, esta medida visa “garantir a segurança e saúde pública dos munícipes e permitir uma resposta clínica rápida em caso de overdose”.

A falta de efetivos policiais no concelho foi igualmente abordada. Jessica Pacheco denunciou o encerramento frequente de esquadras devido à escassez de agentes e defende que a autarquia tem o dever de pressionar o Governo da República a resolver esta carência. “Não podemos aceitar que os agentes se sintam desprotegidos no exercício das suas funções”, declarou.

O bem-estar animal também integra as preocupações do Bloco, com Jessica Pacheco a opor-se à realização de touradas no concelho. Lembrou ainda que foi “a pressão do Bloco que evitou a realização do jogo do porco untado”. Na apresentação da candidatura, António Lima, coordenador regional do partido, destacou que “o Bloco tem uma política autárquica diferente, centrada na solidariedade e na inclusão, no direito à habitação e na proteção ambiental”. Já Rosária Rego, primeira candidata à Assembleia Municipal, assumiu o compromisso de “apresentar propostas concretas que façam a diferença na vida das pessoas”.

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