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O PAN/Açores contestou hoje a entrada em funcionamento da incineradora de São Miguel, reafirmando estar “contra uma infraestrutura que considera nociva ao ambiente, à saúde pública e ao cumprimento das metas comunitárias de gestão de resíduos”.

Em comunicado, a representação parlamentar do PAN/Açores manifesta “a sua firme oposição” à entrada em funcionamento da incineradora, afirmando que é “um marco triste na defesa da saúde da população, especialmente a de São Miguel”.

A posição do partido foi conhecida após o anúncio da inauguração, na sexta-feira, da Central de Valorização Energética, construída pela MUSAMI – Operações Municipais do Ambiente EIM SA.

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O PAN lembra na nota que antes de ter conquistado a representação parlamentar, o agora deputado Pedro Neves denunciou os perigos associados à incineração, defendendo que “a solução para o problema da gestão de resíduos passava e passa por uma estratégia mais global e integrada, que aposte na prevenção, na educação ambiental e na separação eficaz dos resíduos na origem”.

Pedro Neves “esteve sempre ao lado de várias associações de defesa ambiental, inclusive integrando diversos movimentos cívicos, que procuraram colocar termo ao ‘pesadelo’ da implementação de mais uma incineradora nos Açores”, acrescenta.

O partido reitera no comunicado hoje divulgado que as metas de reciclagem não foram atingidas na região, o que considera “um sinal preocupante demonstrativo da necessidade de continuar a apostar na sensibilização da população para a necessidade não só da reciclagem de resíduos, como da reutilização e alteração de padrões de consumo que levam, entre outros, ao esgotamento dos recursos naturais e à produção de resíduos, vulgo lixo”.

O PAN/Açores também lamenta que, numa altura de combate à emergência climática, “seja inaugurado um mecanismo que agrava as alterações climáticas, ao invés de se optar por uma abordagem responsável, coerente com os princípios da sustentabilidade e da justiça ambiental, que valorize a redução, a reutilização e a reciclagem como pilares de uma política pública voltada para o bem-estar das gerações vindouras”.

Em 2016, a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel decidiu, por unanimidade, avançar com a construção de uma incineradora de resíduos, uma decisão que motivou várias queixas e a contestação de movimentos cívicos e ambientalistas, alegando que uma incineradora com a dimensão projetada na ilha de São Miguel iria colocar a ilha e, consequentemente, o arquipélago, longe das metas europeias de reciclagem.

 

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