O líder do PS/Açores pediu hoje uma resposta “integrada e urgente” ao problema da toxicodependência e exclusão social, e disse que é preciso legislar mais rápido, para incluir as novas substâncias psicoativas nas listas de substâncias proibidas.
“Nós somos a região do país onde mais se consome droga, nomeadamente drogas sintéticas. Em todas as outras, com exceção da canábis, nós temos valores três, quatro vezes acima da média nacional, portanto, devemos apostar na prevenção, não só nas escolas, mas do ponto de vista de criar uma nova cultura de comunidade”, disse aos jornalistas, em Ponta Delgada.
Segundo o socialista, existe “um verdadeiro problema de saúde pública nos Açores” e apelou à mobilização do Governo Regional, do Governo da República, dos partidos e das autarquias, para uma mudança na abordagem.
O líder regional do PS, que falava à margem de uma visita à Associação Regional de Reabilitação e Integração Sociocultural dos Açores – ARRISCA, uma instituição de referência no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade, também identificou as áreas prioritárias de intervenção.
“Prevenção, legislar mais rápido, mais polícia, mais respostas terapêuticas e residenciais, e capacidade de reinserção, é este o caminho que os Açores precisam de seguir, com coragem, compromisso e ação concreta”, afirmou o também deputado na Assembleia da República.
Segundo o socialista, “é preciso legislar mais rápido, para incluir as novas substâncias psicoativas nas listas de substâncias proibidas”.
Relativamente à segurança, apontou falhas graves no reforço das forças policiais na região, alertando para o reduzido número de polícias: “Dos números que foram anunciados para os Açores na última campanha eleitoral, menos de metade acabaram por vir, isto não pode continuar. Como deputado da República, assumo o compromisso de trabalhar para reforçar este contingente”.
Na ocasião, Francisco César denunciou ainda a insuficiência dos apoios públicos às instituições que operam no terreno, salientando ser preciso mais financiamento para respostas terapêuticas e residenciais.
“A [associação] ARRISCA tem custos anuais de cerca de 800 mil euros, mas recebe apenas 500 mil e com atrasos significativos. Como se pode dar uma resposta adequada assim? Precisamos de mais financiamento, mais equipas de rua, mais consultórios móveis, respostas residenciais, casas de transição e comunidades terapêuticas”, defendeu.
O líder dos socialistas nos Açores propôs a criação de programas de reinserção social para que as pessoas “possam obter a devida resposta, garantindo-lhes um caminho com dignidade, apoio e oportunidades”.