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Os deputados do PS no parlamento dos Açores lamentam o chumbo de um requerimento para a audição urgente do Governo sobre divergências no setor da habitação e acusam os partidos de direita de tentarem silenciar o assunto.

“O grupo parlamentar do PS/Açores lamenta e condena a rejeição, esta manhã, pela maioria PSD/CDS-PP/PPM e pelo Chega, do requerimento para a audição urgente da secretária regional da Juventude, Habitação e Emprego e do diretor regional da Habitação, apresentado na Comissão Permanente de Política Geral”, refere a bancada socialista, em comunicado, após a votação na reunião, realizada em Ponta Delgada.

Em causa estão declarações públicas do diretor regional da Habitação, a propósito dos apoios públicos aos investimentos no alojamento local, que Daniel Pavão entende que deviam ser revistos, por estarem a condicionar o acesso à habitação, por parte das classes menos favorecidas.

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“Este requerimento tinha como objetivo obter esclarecimentos sobre declarações públicas do próprio diretor regional da Habitação, que reconheceu que os incentivos promovidos pelo Governo para o alojamento local agravam a crise habitacional, ao contribuírem para o aumento de despejos e para a falta de oferta de habitação a preços compatíveis com os rendimentos dos açorianos”, justificava o PS.

Durante a votação do requerimento, os deputados do PSD, do CDS-PP e do Chega, que integram a comissão, votaram contra, mas não apresentaram qualquer justificação para o chumbo da proposta socialista, impedindo assim que o assunto fosse escrutinado pelo parlamento.

“Trata-se de um bloqueio à transparência e à centralidade do parlamento e de uma tentativa de silenciar um debate essencial para milhares de famílias que não conseguem aceder a uma habitação condigna”, refere o comunicado socialista.

A bancada do PS critica, em especial, a “incoerência do Chega” em relação a esta matéria, lembrando que, ainda recentemente, aquele partido levou ao plenário da Assembleia Regional um debate de urgência precisamente sobre a habitação.

“Falam alto e apresentam-se como justiceiros e defensores da seriedade, mas pela calada vão alinhando com os desmandos da coligação, mesmo em matérias que afetam profundamente a vida das pessoas”, acrescenta a mesma nota de imprensa, referindo-se à bancada do Chega no parlamento regional.

A postura dos deputados do Chega e dos partidos que suportam o Governo Regional de coligação (PSD, CDS-PP e PPM) é vista também pelos socialistas como uma tentativa “inaceitável” de “fuga ao debate”.

 

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