O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) veio esta semana a público defender a importância estrutural da SATA para a coesão social, económica e territorial dos Açores, criticando fortemente os discursos políticos que, segundo o sindicato, promovem uma visão “paradoxal e irracional” sobre o futuro da transportadora aérea açoriana.
Num comunicado divulgado à comunicação social, o SINTAC acusa alguns responsáveis políticos de adotarem uma postura contraditória face à empresa pública. “Se um voo da SATA cancela, é um problema sério. Se houver nevoeiro e a operação parar um dia, a Região para. Mas, na generalidade dos discursos, os políticos defendem que a SATA pode fechar”, afirma o sindicato, lembrando que a companhia aérea é considerada essencial sempre que há situações de emergência, como greves ou crises sanitárias, mas ao mesmo tempo é frequentemente alvo de propostas que colocam em causa a sua continuidade.
Durante a pandemia de COVID-19, o sindicato recorda que “quando ninguém voava, voou a SATA, porque a SATA não pode parar”, reforçando que a transportadora garantiu a mobilidade de bens, profissionais de saúde e doentes entre as ilhas, num período particularmente crítico.
O SINTAC alerta para o impacto severo que a eventual extinção da companhia teria na vida dos açorianos: “Significa que os estudantes deixam de poder prosseguir os seus estudos longe de casa, que os bens deixam de chegar a todos os sítios, que os hotéis e alojamentos deixam de encher, que os restaurantes e as empresas de aluguer deixam de ter clientes.” Acrescenta ainda, num tom crítico, que até os próprios políticos que defendem o encerramento da empresa ficariam “sem meios para se movimentarem entre os valiosos eleitores”.
O sindicato exige, por isso, respeito pelos trabalhadores da SATA e um debate político mais sério e informado. “Sejam sérios!”, lê-se no comunicado, que acusa dirigentes políticos e gestores de usarem a companhia aérea para fins pessoais ou partidários. “Se esse sucesso dependesse dos políticos e dos gestores, estávamos desgraçados!”
A estrutura sindical conclui que a SATA é, atualmente, “o melhor instrumento de equilíbrio entre as ilhas”, sendo a sua operação um pilar fundamental para garantir a igualdade de oportunidades e acesso a serviços básicos em todas as ilhas do arquipélago. O que a SATA precisa, segundo o SINTAC, “é de políticos competentes, que nomeiem gestores competentes e que deixem de se servir da SATA para os seus objetivos político-pessoais”.
