Autor: Lusa | Foto: Chega/A
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O comissário de bordo João Luís Rodrigues da Câmara é o candidato do Chega à câmara da Ribeira Grande, Açores, nas eleições de outubro, assumindo como uma das primeiras medidas, caso seja eleito, realizar uma auditoria à autarquia.

“Quando se aceita um lugar público, e com essas responsabilidades, antes de fazer qualquer coisa, é preciso limpar a casa. E, como tal, pretendo fazer uma auditoria à Câmara Municipal. O dinheiro dos contribuintes tem de ser respeitado e os políticos têm de perceber, de uma vez por todas, que não têm de se servir da população. Estamos aqui de passagem para tentar servir as populações o melhor que podemos”, afirmou João Luís da Câmara, 49 anos, em declarações à agência Lusa.

Natural da freguesia da Matriz, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, o candidato garantiu que assume a candidatura “com grande sentido de responsabilidade”.

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“O nosso município merece muito mais, merece mais justiça social e, principalmente, merece muito mais transparência”, sustentou João Luís da Câmara, justificando que “chegou a hora de dizer fim aos compadrios, fim aos negócios de bastidores” e “chega de dinheiros mal gastos pela autarquia”.

O candidato do Chega à Câmara Municipal da Ribeira Grande disse que o partido não se propõe “a fazer milagres”, garantindo como certo que não vão ser feitas “obras estapafúrdias”.

“Não vai haver garantidamente desperdício de dinheiro público”, reforçou.

O candidato lembrou que o atual autarca social-democrata, Alexandre Gaudêncio, “tem um caso em tribunal e está a braços com a justiça”, situação que, na sua opinião “não pode ser ignorada”.

O autarca vai a julgamento no caso relativo à operação Nortada, que envolve um total de 12 arguidos, segundo a decisão do debate instrutório conhecida em fevereiro.

Alexandre Gaudêncio vai a julgamento acusado de crimes de abuso de poder, peculato e corrupção passiva.

O candidato do Chega à autarquia da Ribeira Grande disse ainda que as prioridades para o concelho “são claras”, colocando como “bandeira” da candidatura a resolução do problema da habitação para “quem precisa e trabalha”, por via de uma “construção responsável, fiscalizada e com a total colaboração das juntas de freguesia”.

“São as juntas de freguesia que vão ajudar o presidente de Câmara. Não é o presidente de Câmara no seu gabinete que vai saber quem precisa de uma casa ou precisa de arranjar algo. Queremos estar em discurso direto com as juntas de freguesia, com as Casas de Povo, com as Santas Casas da Misericórdia e com as forças vivas das 14 freguesias”, reforçou.

Segundo o candidato, existem habitações sociais que “são entregues a quem não as merece e nem as dignifica”.

“Os jovens da Ribeira Grande, e do concelho, anseiam por uma casa. A classe média trabalha e anseia por uma casa, mas não a tem. Os idosos, com reformas de 250 euros, habitam em casas degradadas, mas não são apoiados”, criticou.

A Câmara Municipal da Ribeira Grande é presidida pelo autarca social-democrata Alexandre Gaudêncio, que cumpre o último mandato. O PSD, nas últimas autárquicas, elegeu cinco elementos para o executivo camarário e o PS dois.

Além de João Luís da Câmara (Chega) já são conhecidas também as candidaturas de Lurdes Alfinete (PS), Jaime Vieira (PSD) e da Iniciativa Liberal, César Pimentel.

As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.

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