Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA
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À hora que o Parlamento dos Açores debatia o estado da Região, por iniciativa do Bloco de Esquerda, Francisco César sentenciava no Pico, em mais uma das suas homilias semanais, em jeito de desobriga e messianismo desesperado. Nada tenho a objetar, é apenas uma constatação. Afinal, cada um toca a viola com as unhas que tem. E no caso, metaforicamente falando, até escasseiam os dedos.

O busílis da questão é outro. Um partido com vocação para o exercício do poder tem de se distinguir dos demais, que estão na oposição e muito provavelmente continuarão a estar. A responsabilidade é outra, na crítica e mais ainda na propositura. Mas o atual PS, lutando entre a memória e o esquecimento, vulgariza-se na fiscalização ao Governo, coisa que os resultados eleitorais já vão comprovando. É mais um e não faz a diferença. E tudo tende a piorar quando a liderança se abalança pelo mesmo caminho.

Durante três horas de debate, os socialistas foram incapazes de reconhecer uma virtude na governação de Bolieiro, apesar do sucesso da “Tarifa Açores”, do maior emprego de sempre, dos impostos mais baixos do país, da redução da pobreza, de melhores resultados na educação, do programa “Novos Idosos”, das creches gratuitas e muito mais que havia para dizer. E nem uma ideia ou proposta para fazer diferente, para fazer a diferença na vida dos açorianos.

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Ironicamente, à mesma hora, César apontava o dedo acusador à falta de lugares em creches. Hoje há mais de quatro mil crianças a frequentar gratuitamente essas creches. Com o PS eram menos de 600. Trágico antes, agora sedutor.

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