Os deputados do PS/Açores eleitos pelo círculo do Faial, Inês Sá e Lúcio Rodrigues, reuniram-se esta terça-feira com o Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha do Faial (USIF), onde manifestaram preocupação com problemas estruturais persistentes, em especial a falta de médicos de família, que continua a afetar milhares de utentes.
Atualmente, cerca de 34% da população faialense permanece sem médico de família, uma realidade que os parlamentares socialistas consideram “inaceitável” e que deve ser encarada como prioridade pelo Governo Regional.
“Esperamos que o concurso de recrutamento em curso permita colmatar esta carência grave. É inadmissível que mais de um terço dos faialenses continue sem acesso regular a cuidados médicos de base”, afirmou Inês Sá, sublinhando a importância de medidas concretas e céleres para resolver o problema.
Apesar das limitações, a deputada destacou o esforço da equipa de enfermagem e da direção clínica da USIF, que tem garantido o acompanhamento de doentes crónicos e o acesso a consultas complementares. “É fundamental reconhecer o trabalho dos profissionais de saúde, que continuam a assegurar cuidados essenciais num contexto de escassez de recursos humanos”, referiu.
Outro tema que motivou críticas da deputada socialista foi a suspensão da emissão de atestados médicos desportivos pela USIF, o que está a prejudicar diretamente atletas e clubes da ilha.
“Os faialenses estão a ser colocados em desigualdade face a atletas de outras ilhas. Esta situação tem de ser resolvida de imediato pelo Governo Regional, seja pela tutela da Saúde, seja pela do Desporto”, defendeu Inês Sá, manifestando preocupação com o impacto negativo da medida nos jovens atletas.
A deputada considera “inaceitável” que esta responsabilidade esteja a ser transferida para os clubes e para as famílias. “Os clubes já enfrentam enormes dificuldades e não podem suportar este encargo adicional. Muito menos as famílias, muitas das quais não têm condições para pagar consultas privadas. Em vez de facilitarmos o acesso ao desporto, estamos a criar barreiras injustas”, alertou.
No final da reunião, Inês Sá recordou ainda a promessa do Secretário Regional das Finanças de que a dívida do setor da Saúde seria eliminada até ao final de junho. “Esperamos que palavra dada seja palavra honrada e que, neste verão, a Região entre finalmente com as dívidas da Saúde a zero”, concluiu.