Sábado, dia 28 de junho de 2025, pelas 7h da manhã, rumo ao Vale das Furnas, a minha opção foi ir pela costa sul. A manhã está linda, as bermas da estrada estão repletas de hortênsias brancas e azuis, entremeadas com o vermelho das rosas, que vão surgindo aqui e ali ao longo de todo o percurso.
O verde das pastagens, do milho de forragem e das criptomérias, com o reflexo do sol, ganha uma tonalidade verdadeiramente espetacular, que, em contraste com o azul do mar que banha a costa sul, me faz supor que estou a percorrer um jardim digno de figurar no top dos melhores jardins do mundo.
De vez em quando, cruzo-me com algumas carrinhas ligadas à construção civil, com mestres que vão, certamente, trabalhar para Ponta Delgada e arredores. Mas, também à minha frente, seguem alguns turistas mais madrugadores, que, quase de certeza absoluta, têm como destino o Vale das Furnas. São fáceis de identificar pelos autocolantes que ostentam nas viaturas.
Neste misto de sentimentos, pergunto-me se estes meus vizinhos de estrada sentem as emoções que estou a viver, e se os olhos deles veem — e têm — o mesmo alcance dos meus.
Quem é que não tem pena de, um dia, pela lei natural da vida, partir e nunca mais poder desfrutar destas belezas?
A parte menos boa deste “filme” são as muitas invasoras que ameaçam ocupar todo o nosso espaço. E, para amenizar este conflito de interesses, dou comigo a pensar que, como em tudo na vida, existem também, neste campo, umas plantas invasoras menos más do que outras.
Apesar destes contratempos, que urge acompanhar e combater, São Miguel — e as nossas ilhas, todas elas — são um luxo. Somos mesmo uns bafejados pela sorte por termos este magnífico meio ambiente. Não o estraguem.