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Ninguém precisa de gostar dos líderes iranianos para saber quem é o agressor e quem é o agredido: Israel decidiu, há 15 dias, escalar o conflito no Médio Oriente, bombardeando o Irão. Depois, os EUA fizeram o mesmo, arrastando Portugal para o conflito, com a utilização da base das Lajes. Entretanto, já morreram perto de mil civis, o Médio Oriente está ainda mais instável e, por cá, o presidente do governo regional acha que tudo isto é muito bom para os Açores. Só me ocorre a expressão “vergonhoso”.

Este é o mesmo governo regional que, enquanto pode, negou que os trabalhadores portugueses da base das Lajes recebiam menos que o salário mínimo regional. Só quando a ilegalidade foi por demais evidente é que o governo regional a reconheceu. Agora, vem acriticamente arrastar-nos a todos para um conflito que, à luz do direito internacional, é inteiramente ilegal. A única palavra adequada para esta atitude é “subserviência”.

Este é o mesmo governo regional que, dizendo que a autonomia deve ser aprofundada, não a usa para o desenvolvimento social dos Açores. Agora, secundariza o interesse regional, condicionando-o ao de um país estrangeiro, ainda por cima no contexto de um conflito ilegal.

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Também o primeiro ministro achou normal associar o país a esta guerra. Do seu lado, está o CH, que não sabe o que é a soberania nacional, porque acha que os EUA nem precisam pedir autorização para utilizar o território nacional, para estes ou para outros fins. Também tem do seu lado o PS, a IL e o CH, na cedência à exigência de Trump, de dar 5% do PIB para a indústria da morte. Não será para investir na defesa nacional ou para a valorização das Forças Armadas. Para isso, havia certamente consenso alargado! Trata-se de colocar 5% do PIB, que serão pagos por todos nós, ao serviço dos EUA e do seu complexo militar industrial, contra o interesse nacional.

Entretanto, no Irão, são cada vez mais os que defendem que só estarão seguros quando possuírem armas nucleares. O mundo acabou de ficar ainda mais inseguro e instável, com o apoio dos governos regional e da república, do PSD, do CDS, do PS, do CH e da IL.

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