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Em Democracia, cada partido deve assumir as suas opções e responsabilidades. Sobretudo por causa de posições claramente inconvenientes, vemos isso cada vez menos a acontecer. Assim, é fácil compreender o ruído em torno da moção de rejeição do PCP, única forma de colocar o programa de governo a votação. Foi o incómodo sentido pelos verdadeiros partidos do sistema, ao terem de revelar o seu apoio ao governo e à política que este apresentou, quando PS, CH e IL tentavam passar pelos pingos da chuva!

Na campanha eleitoral, a CDU denunciou que a direita estava a ocultar os seus verdadeiros objetivos. AD, CH e IL preferiram apostar em táticas velhas, mas eficazes: criar divisões artificiais, fugir às responsabilidades e criar falsas ilusões com discursos inflamados. Agora, está à vista quem tinha razão: o programa de governo não corresponde aos seus programas eleitorais, nem às propostas apresentadas na campanha.

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Em vez do prometido combate à burocracia, teremos uma reforma do estado de fazer inveja a Elon Musk. Em vez de desenvolvimento social, teremos um programa que cheira a Troika, que reduzirá o poder de compra e agravará a exploração no mundo do trabalho. Em vez de combate à imigração ilegal, teremos a venda da nacionalidade com os vistos gold, comprovada fonte de corrupção e de negócios obscuros. Em vez de melhores Serviços Públicos, teremos mais estado ao serviço dos lucros dos grandes grupos privados. Em vez de investimento na Habitação, na Saúde ou na Educação, teremos 2% para a indústria da morte e para guerras que chocam com o interesse nacional. Em vez de mais justiça social, teremos nova redução do IRC para as muito grandes empresas. Foi tudo isto que CH, PS e IL apoiaram, ao serem o suporte do governo e votarem contra a moção de rejeição do PCP.

Há uns anos, ao debater comigo, um militante do PSD reconheceu que Passos Coelho não disse a verdade na campanha eleitoral, para obter uma votação mais favorável. Resumiu assim na perfeição aquilo que destrói os fundamentos do sistema democrático e a confiança dos cidadãos! Uma estratégia que, infelizmente, é muito repetida e raramente penalizada…

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