O Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, participou esta quarta-feira, na Aula Magna da Universidade dos Açores, na apresentação do Estudo do Impacto da Universidade dos Açores no Ecossistema da Região Autónoma dos Açores.
O evento, moderado pela jornalista Marta Silva, contou com uma mesa-redonda que reuniu várias personalidades de relevo, entre elas a Reitora da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal, o Juiz Conselheiro jubilado José Manuel Monteiro da Silva, o administrador do Grupo Bensaude Marco Lopes, e Paulo Madruga, da consultora Ernst & Young, entidade responsável pela realização do estudo.
O documento apresentado reconhece à Universidade dos Açores um papel estruturante na qualificação do capital humano regional, salientando os seus 50 anos de contributo para o desenvolvimento científico, social, cultural e económico dos Açores. A academia é especialmente valorizada pela sua vocação para o estudo das questões insulares, marítimas e transatlânticas, sendo um referencial de excelência no espaço atlântico.
Segundo os dados do estudo, entre 2014 e 2024 a Universidade formou 5.174 diplomados, a maioria dos quais permanece a residir e trabalhar nos Açores, sobretudo nos setores estratégicos definidos pela Estratégia de Especialização Inteligente da Região. A taxa de empregabilidade é elevada, com apenas 3% dos diplomados a demorarem mais de seis meses a ingressar no mercado de trabalho.
Atualmente, a Universidade dos Açores conta com 2.931 estudantes e 496 trabalhadores, dos quais 264 são docentes. Destaca-se ainda o crescimento da capacidade de atração de alunos do exterior: mais de 20% provêm do continente, Madeira ou estrangeiro, fruto de uma aposta estratégica na internacionalização e diferenciação científica, com enfoque em áreas como as ciências do mar, saúde, ambiente, agricultura e património.
Durante a sessão, José Manuel Bolieiro sublinhou o reforço progressivo do apoio financeiro do Governo Regional à Universidade, lembrando que, até 2020, os montantes anuais variavam entre os 250 mil e os 500 mil euros. Desde então, os valores aumentaram significativamente:
- 550 mil euros em 2021,
- 650 mil em 2022,
- 660 mil em 2023,
- mais de um milhão em 2024,
- e estão já previstos 1,8 milhões de euros para 2025.
Para o líder do executivo, este apoio “não é apenas uma questão de palavra e bem-dizer, é uma ação concreta, planeada e consequente”, frisando que representa um compromisso efetivo com a valorização da Universidade.
Bolieiro reafirmou ainda o papel da academia como parceira estratégica da administração regional e da sociedade civil, defendendo que “a Universidade dos Açores deve ser preferencialmente procurada como fonte de saber e fundamento científico para decisões públicas e privadas”.
Apesar do esforço regional, o governante foi claro quanto à responsabilidade da República:
“O Governo dos Açores não pode assumir responsabilidades que são da República, sobretudo no quadro da lei de financiamento do ensino superior público”, afirmou.
Numa perspetiva de futuro, José Manuel Bolieiro lançou um apelo à continuidade da aposta numa estratégia de especialização inteligente, que valorize as potencialidades únicas do arquipélago e permita projetar a Universidade dos Açores no plano nacional e internacional.
“Temos condições únicas para que os Açores sejam um verdadeiro laboratório de ciência, inovação e investigação”, concluiu.