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Há uma semana, voltei a ver duas fotos com mais de 20 anos: na primeira, encostados a uma parede, uma criança aterrorizada escondida atrás de um adulto, que a protege apenas com o seu corpo; na segunda, o mesmo adulto morto e a criança a chorar no seu colo inanimado. Sabe-se que, pouco depois, também a criança foi assassinada. Os dois estavam desarmados, o crime ocorreu na Palestina ocupada e foi cometido por Israel, com armas fornecidas pelos governos europeus e norte-americanos. Antes deste, e desde então, centenas de milhares de outros crimes semelhantes aconteceram. O terror é constante e tem quase 80 anos.

Não é guerra, é massacre. A Palestina não tem exército para se defender de um dos exércitos mais bem armados do mundo. Não é direito à defesa, é genocídio, assassinato, crimes contra a Humanidade. A contagem é dramática, real e fria: até há uma semana, em Gaza, e apenas nesta ofensiva de Israel, foram assassinados mais de 60 mil civis, dos quais 17 mil são crianças. A estes, juntam-se mais de 1400 profissionais de saúde, 300 funcionários da ONU e 200 jornalistas. 14 mil bebés estavam em risco de morrer por falta de água e comida.

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Israel faz dos direitos humanos e do direito internacional letra morta. Usa escudos humanos, prende e tortura menores de idade. Agora, também sequestra em águas internacionais. Para interromper o genocídio e trazer Paz àquela região, só são precisos dois passos: que os governos europeus e norte-americanos deixem de vender as armas que suportam o massacre de crianças e que reconheçam o estado da Palestina, concretizando a solução de dois estados. Mas a hipocrisia ocidental não tem fim – inclusive a portuguesa. O PCP já propôs 5 vezes o reconhecimento do estado da Palestina, sempre chumbado por PSD, PS e CDS, agora também com o voto contra de CHEGA e IL. O PCP voltou a propo-lo este mês. Veremos o resultado da votação.

Cabe a cada um decidir de que lado da Humanidade está. Cabe a cada um ser solidário e ativo. A alternativa é ter de explicar a filhos e netos porque é que era uma vez a Palestina e deixou tudo isto acontecer, sem fazer nada.

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