O Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, participou na receção internacional “Blue Azores: Driving Momentum for 30×30”, que decorreu esta semana em Nice, França, no âmbito da terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. Promovido pelo Governo Regional, em parceria com a Fundação Oceano Azul e o Waitt Institute, o evento colocou os Açores no centro do debate global sobre o futuro da conservação marinha.
Na sua intervenção, José Manuel Bolieiro destacou a profunda ligação dos Açores ao oceano, lembrando que “a saúde do oceano é inseparável da nossa própria”. O governante frisou que o arquipélago, com uma longa tradição marítima, tem assumido um papel de vanguarda na proteção dos ecossistemas marinhos, reconhecendo a importância do mar como elemento estruturante da identidade açoriana.
O líder do executivo regional aproveitou o momento para sublinhar os resultados do programa Blue Azores, desenvolvido ao longo dos últimos seis anos, envolvendo cientistas, pescadores, decisores políticos e cidadãos num processo inovador de cocriação. Esse esforço conjunto permitiu criar 287 mil quilómetros quadrados de áreas marinhas protegidas no mar dos Açores.
“Este feito não é apenas um número. É uma promessa às gerações futuras de que os Açores continuarão a ser um santuário para a vida marinha, um bastião de biodiversidade e um modelo de vida sustentável”, afirmou Bolieiro, numa mensagem que mereceu destaque durante o evento.
A receção internacional foi também marcada pela homenagem a personalidades de referência na defesa dos oceanos, nomeadamente o Embaixador Peter Thomson, Enviado Especial da ONU para o Oceano, e a oceanógrafa Sylvia Earle, reconhecidos pelo seu contributo global para a sustentabilidade marinha. José Manuel Bolieiro enalteceu o papel de ambos, considerando-os “exemplos de liderança, coragem e compromisso” num caminho que exige união e ação coletiva.
Ainda assim, o Presidente do Governo dos Açores alertou para o facto de o percurso não estar concluído. “O caminho para a implementação total da rede ainda está por diante”, advertiu, sublinhando a necessidade de manter o nível de compromisso e ação. “Os desafios, das alterações climáticas à sobrepesca, são globais e exigem respostas à mesma escala”, concluiu.
A sessão terminou com um brinde simbólico ao oceano e à ação coletiva, mas a mensagem dos Açores ficou clara: mais do que anunciar compromissos, importa concretizá-los com impacto real e duradouro.
“Não se trata apenas de assumir compromissos, trata-se de os cumprir”, afirmou Bolieiro, encerrando com uma nota de responsabilidade e esperança para o futuro da conservação marinha global.