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As cerca de 30 famílias açorianas com 47 crianças que regressaram voluntariamente dos Estados Unidos e do Canadá, por receios de deportação e razões económicas, tiveram a integração facilitada, disse hoje o Governo Regional dos Açores.

Segundo o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, até ao momento regressaram à região cerca de 30 famílias, mas o regresso voluntário deverá continuar, pois existe a informação de que “muitas famílias esperaram para o final do ano letivo”, para não perturbarem o percurso escolar das crianças.

“Este regresso [de famílias açorianas] é um regresso organizado. O que significa que já têm habitação, têm oportunidade, muitos deles, de vender os seus bens nos Estados Unidos e adquirir aqui e, portanto, este regresso voluntário das famílias é um regresso organizado e a integração, assim, é mais fácil porque não têm os problemas de quem é deportado e depois com todo o conjunto de inconvenientes”, disse Paulo Estêvão.

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O governante falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, no final de uma reunião com o conselho executivo da Escola Básica Integrada Roberto Ivens, sobre integração de alunos provenientes dos Estados Unidos da América (EUA) e do Canadá.

“Estamos a contar com a colaboração das instituições que são dirigidas por açorianos e que trabalham junto da comunidade açoriana”, afirmou Paulo Estêvão.

Além disso, acrescentou, os protocolos de colaboração entre a administração regional e estas instituições nos Estados Unidos, no Canadá e na Bermuda são muito importantes, já que permitem que os Açores recebam “com muita antecedência a informação do regresso das famílias”.

“Podemos preocupar-nos e preparar tudo para com muitos momentos de antecedência preparar a sua integração nas nossas escolas e também no nosso tecido económico”, salientou.

Quanto às motivações das famílias que regressaram voluntariamente à região são diferentes.

“No caso dos Estados Unidos, a política migratória, nos casos do Canadá, realmente as dificuldades financeiras que o país enfrenta e o aumento do custo de vida que afeta a comunidade açoriana”, adiantou.

Relativamente ao número de deportações dos EUA e do Canadá, Paulo Estevão referiu que se mantêm os “números residuais” conhecidos, ou seja, em meio ano ocorreram cinco deportações (três do Canadá e duas dos EUA), o que “segue a tendência anterior”.

O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM referiu ainda que desde 2021 as deportações do Canadá superam as deportações provenientes dos Estados Unidos e, por isso, essa tendência mantém-se.

“O que significa que estes processos de fiscalização [nos EUA] não estão a ser dirigidos à comunidade portuguesa, estão a ser dirigidos à comunidade hispânica e, portanto, em relação à comunidade portuguesa, não está a afetar esta administração, para além dos números que já se conheciam”, observou.

Paulo Estevão revelou também que este ano a região deve atingir o número de 9.000 estrangeiros residentes, sendo que na escola que hoje visitou em Ponta Delgada estudam quase seis dezenas de alunos de 15 nacionalidades diferentes e a sua integração é “muito boa”.

A vice-presidente do conselho executivo da Escola Básica Integrada Roberto Ivens Helena Sousa referiu aos jornalistas que o estabelecimento de ensino tem cerca de 50 alunos estrangeiros e que a integração de quatro alunos oriundos dos EUA e do Canadá “está a ser bem feita”.

“Como têm sido poucos [alunos nessa situação], a integração, até agora, tem sido tranquila”, disse a dirigente da escola que tem 1.300 alunos.

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