O BE/Açores considerou hoje que os resultados financeiros obtidos pelo grupo de aviação SATA em 2024 são “dramáticos” e pediu uma estratégia que salve a empresa e o transporte aéreo no arquipélago.

“A estratégia da direita para privatizar a SATA vai levar ao seu colapso e a um rombo gigantesco nas finanças dos Açores e no transporte aéreo na região”, refere o partido num comunicado enviado às redações.

Para o BE açoriano, liderado por António Lima, “é urgente parar este caminho para o desastre que coloca em causa o transporte aéreo nos Açores e começar desde já a trabalhar numa estratégia que salve a SATA e o transporte aéreo” no arquipélago.

As duas companhias aéreas do grupo SATA, a Azores Airlines e a Sata Air Açores, fecharam 2024 com um prejuízo acumulado de 82,8 milhões de euros, mais do dobro do ano anterior, segundo dados divulgados pela empresa.

Em comunicado, a SATA avança que, no ano passado, a Sata Internacional – Azores Airlines (que opera de e para fora do arquipélago) registou um resultado líquido negativo de 71,2 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 26,08 milhões de euros em 2023.

Já a Sata Air Açores (responsável pelas ligações interilhas) reportou um resultado líquido negativo de 11,6 milhões de euros em 2024, contra 9,97 milhões de prejuízo no ano anterior.

O prejuízo acumulado das duas companhias somou assim 82,8 milhões de euros no ano passado, mais do dobro dos 36 milhões reportados em 2023.

Para o BE/Açores, o prejuízo do grupo em 2024 “é uma situação dramática, que revela o total falhanço da política do Governo Regional da coligação PSD, CDS e PPM, com o apoio do Chega, para a companhia aérea açoriana”.

“Os resultados de 2024 são tão maus quanto o pior ano da pandemia, quando os aviões não saíram do chão”, refere.

Segundo o partido, o grupo SATA “está numa situação limite e a sua sobrevivência está em risco”.

“Tudo isto após 453 milhões de euros de ajudas públicas que a direita desbaratou”, salienta, lembrando ter alertado “em devido tempo para o desastre que se anunciava e que o Governo Regional tentava esconder”.

“Alertámos para a engenharia financeira que constitui o registo de 19 milhões de euros de impostos diferidos nas contas de 2022 para disfarçar prejuízos, alertámos para o registo de 12 milhões de euros para maquilhar as contas de 2021, que deveriam ter sido registados em 2020, e denunciámos um empréstimo ruinoso contratado à JP Morgan que custou seis milhões de euros em apenas nove meses”, é referido.

Com o objetivo de melhorar a “’performance’ financeira e económica” do grupo, “com particular destaque para a Azores Airlines”, o Conselho de Administração da Sata diz estar a executar o Plano de Sustentabilidade Financeira desenvolvido pelas equipas de gestão do grupo.

Este plano integra 41 medidas de curto, médio e longo prazos – “a maioria delas já em execução” – que pretendem gerar um impacto financeiro de 65 milhões de euros através do aumento da receita e da eficiência operacional e da reestruturação dos serviços de suporte.

“Estamos convictos de que o ano de 2024 foi, por várias razões, um ano de inflexão e que o ano de 2025 será certamente um virar de página. A melhoria dos resultados obtidos nos primeiros meses de 2025 indicam que estamos no bom caminho”, afirma o presidente executivo (CEO) do grupo SATA, Rui Coutinho, citado no comunicado.

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