O Governo Regional dos Açores informou esta terça-feira o calendário previsto para as operações de transporte de gado vivo a partir das ilhas do Pico e da Graciosa, numa articulação entre várias operadoras marítimas.

No que respeita à ilha do Pico, a empresa Transinsular deverá partir de São Miguel na próxima sexta-feira, 6 de junho, com destino ao Pico, transportando um total de 20 contentores vazios destinados ao carregamento de gado vivo. A chegada ao Pico está prevista para segunda-feira, dia 9.

Posteriormente, o navio Laura S, da GSLines, estará na ilha do Pico na quinta-feira, 12 de junho, para recolher os 20 contentores já carregados com destino ao porto de Lisboa. Nesta mesma viagem, serão deixados outros dez contentores vazios na ilha, os quais deverão ser recolhidos pela Mutualista durante a semana seguinte.

Já no que diz respeito à ilha Graciosa, está agendada para quarta-feira, 11 de junho, a operação de carregamento de contentores com gado vivo com destino a Lisboa. A descarga está prevista para ocorrer no dia 16 de junho.

Estas operações inserem-se no plano de escoamento de gado vivo a partir das ilhas, uma prioridade logística para o setor agrícola açoriano. O Governo Regional mantém o acompanhamento regular destas operações, em articulação com os operadores marítimos e os produtores locais.

Os agricultores da ilha Graciosa apelaram, no dia 22 de maio, ao Governo dos Açores para arranjar uma solução alternativa ao navio que transporta gado, que se encontra em doca seca, o que está a “afetar seriamente” o rendimento daqueles profissionais.

Os agricultores referem que, “apesar de o Governo dos Açores ter conseguido que a ilha Graciosa tivesse transportes marítimos com um toque semanal, o último embarque de gado aconteceu há praticamente um mês (23 de abril)”.

“Hoje [22 de maio] estava prevista a saída de cerca de 200 cabeças de gado bovino, mas não aconteceu porque o navio que normalmente faz a rota está em doca seca e o que está em substituição apenas faz tráfego local, sem a possibilidade de colocar a tempo o gado num dos portos de expedição de mercadorias para o território continental”, segundo uma nota de imprensa.

De acordo com os agricultores, este cenário está a “colocar em causa a comercialização e a penalizar fortemente os produtores, uma vez que está a privar a normal expedição de gado bovino”.

No dia 27 de maio, o diretor regional da Mobilidade, Francisco Bettencourt, disse à agência Lusa que o executivo açoriano estava a trabalhar com as autoridades marítimas nacionais para “tentar aclarar” aspetos que condicionam o transporte de carga para o continente.

O Chega/Açores, num requerimento enviado à Assembleia Legislativa Regional referiu que “há semanas que mais de duas centenas de cabeças de gado bovino estão retidas nas ilhas do Pico e Graciosa por falta de transporte marítimo para que cheguem ao continente”.

Segundo Francisco Bettencourt, o executivo açoriano, a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes e o IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes estão a “tentar aclarar alguns aspetos” que prevalecem na lei e que estão desajustados da atual realidade do movimento de cargas com o continente.

O Chega pediu explicações sobre a situação, considerando “inadmissível os animais estarem há semanas para saírem” das ilhas para o continente “e ninguém se responsabilizar”, afirmou o deputado Francisco Lima, citado numa nota de imprensa do partido.

 

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