O líder do PS/Açores, Francisco César, considerou hoje que “é normal ser alvo de críticas”, assegurou que as ouve e apontou como meta ter “um bom resultado nas eleições autárquicas”.
“O PS é um partido democrático, é normal que me façam críticas. Se não estivesse sujeito à critica é porque estava noutro partido, talvez mais à direita do PS. Aí é que nunca há críticas”, afirmou o dirigente socialista.
Francisco César falava aos jornalistas após a reunião da Comissão Regional, em Angra do Heroísmo, para analisar os resultados das últimas legislativas nacionais, onde o PS apenas venceu uma das nove ilhas dos Açores (Corvo) e passou a ser a terceira força política na ilha de São Miguel.
“Eu reflito sobre elas [críticas], considero-as, nalguns casos dou mais valor noutros menos, mas ouço-as sempre, penso sobre elas e tento melhorar a minha ação a partir daí”, frisou.
O dirigente ressalvou que está na liderança do partido na região “há pouco mais de um ano” e que só teve “dois meses para conseguir trabalhar com a direção com o objetivo de fazer a abertura do PS”.
De acordo com Francisco César, o PS “não é um partido conservador, um partido do sistema”, mas sim um partido que “quer efetivamente mudar as coisas para melhor e ter em atenção os problemas reais das pessoas”.
“Se o PS não continuar a fazer isso, não aprofundar essa reflexão, nós não poderemos melhorar em relação aos resultados. É preciso fazer essa reflexão, eu próprio o tenho feito do ponto de vista daquilo que são os dirigentes do partido e também com os militantes”, referiu.
O dirigente reiterou que o PS/Açores quer ter “um bom resultado nas eleições autárquicas”, havendo “19 bons candidatos a câmaras e assembleias municipais”, bem como às freguesias.
Sobre as legislativas, o líder regional do PS/Açores admitiu que o partido não alcançou no arquipélago o resultado pelo qual lutou, mas garantiu que iria continuar no cargo.
“Sempre dissemos desde o início que esta era uma batalha exigente, que o caminho era duro, mas julgo que nós o percorremos com coragem, verdade e profunda entrega. Hoje, sem sombra de dúvidas, o resultado não foi aquele pelo que lutámos, mas o povo falou e falou com clareza”, sustentou Francisco César, no final da noite eleitoral, na sede regional do PS, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM reforçou nas legislativas nacionais os seus mandatos pelo círculo eleitoral dos Açores passando de dois para três mandatos, enquanto o PS perdeu um deputado, passando a ter apenas um, e o Chega manteve o deputado eleito em 2024.
Estas são as primeiras eleições desde que Francisco César assumiu a liderança da estrutura partidária.