Mais de duas centenas de cabeças de gado bovino encontram-se retidas, há várias semanas, nas ilhas do Pico e Graciosa, devido à ausência de transporte marítimo para o continente.

A situação está a provocar dificuldades acrescidas aos produtores locais, que enfrentam sérios constrangimentos para manter os animais, colocando em risco os seus rendimentos e a sustentabilidade da atividade pecuária.

Perante este cenário, o Grupo Parlamentar do CHEGA Açores remeteu um requerimento à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, exigindo esclarecimentos sobre os motivos que têm impedido o escoamento do gado vivo, apesar da existência de três companhias de navegação a operar no arquipélago.

“O Governo Regional tem conhecimento do número de bovinos vivos que se encontram retidos, nomeadamente na Graciosa e Pico, por falta de transporte para o continente?”, questionam os deputados do partido, que querem igualmente saber que diligências foram efetuadas pelo Executivo açoriano junto das transportadoras marítimas para ultrapassar este bloqueio.

O grupo parlamentar do CHEGA pretende também saber quais são as companhias responsáveis pelo transporte de bovinos vivos, se estas se têm recusado a embarcar os animais, e, em caso afirmativo, com base em que fundamentos legais tal recusa tem ocorrido.

Para Francisco Lima, deputado do CHEGA, esta situação é “inadmissível” e exige ação imediata por parte do Governo Regional. “As companhias de navegação que operam nos Açores têm lucros milionários, não investem no serviço e deixam os nossos empresários e produtores à mercê da sua sorte. Isto é inadmissível e o Governo Regional tem de começar a impor sanções para que situações como esta não se voltem a repetir”, afirmou.

O parlamentar reforça ainda que os Açores necessitam de transportes marítimos “eficazes e eficientes”, que assegurem previsibilidade e garantam o escoamento regular dos produtos regionais. “De nada serve termos três companhias de navegação quando todas praticam os mesmos preços, fazem o que bem entendem e não são chamadas à responsabilidade. Isto tem de acabar, porque a economia dos Açores depende dos transportes marítimos, mas não pode depender da boa vontade das empresas que fazem este transporte. Estas empresas recebem para prestar este serviço e os Açores continuam a ser mal servidos”, concluiu Francisco Lima.

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